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Leonardo Wexell: “A CIA contra a Guatemala”

Paulo Cannabrava Filho

Tradução:

severo e o livroCom artigos e reportagens, o livro de Leonardo Wexell Severo denuncia assassinatos e perseguições de ativistas no país centro-americano. Livro “A CIA contra a Guatemala” será lançado no próximo dia 23 na Livraria Martins Fontes em São Paulo.

Como parte da campanha internacional de solidariedade à nação maia, será lançado no próximo dia 23 (terça-feira), em São Paulo, o livro A CIA contra a Guatemala: movimentos sociais, mídia e desinformação (Editora Papiro, 160 páginas, selo Barão de Itararé), do jornalista Leonardo Wexell Severo com fotos de Joka Madruga.

CAPA GuatemalaOs abusos contra os direitos humanos e as perseguições anti sindicais têm sido a tônica do governo guatemalteco. Prova disso é que o país centro-americano se mantém no pódio dos campeões mundiais de assassinatos e desaparecimentos de lideranças, o que tem repercutido nos salários brutalmente arrochados, nos direitos precarizados e no índice insignificante de sindicalização de 2,2%, reduzida a 1,6% no setor privado.

Leitura Obrigatória

“Dizer ‘de Guatemala para Guatepeor não é nenhuma piada de mau gosto. É a realidade dessa terra que se pode conhecer através das reportagens agora publicadas neste livro, de leitura obrigatória para todos”, afirma o veterano jornalista Paulo Cannabrava Filho, coordenador da equipe de edição dos Cadernos do Terceiro Mundo, que faz a apresentação da obra.

A secretária executiva da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip) e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, destaca a relevância do livro para uma melhor compreensão da importância da unidade latino-americana e da própria conjuntura. “Com esta contundente descrição dos crimes praticados pelos monopólios de mídia, assim como de seus vínculos com o que há de mais reacionário e entreguista, Leonardo Severo dá mais uma valiosa contribuição ao movimento pela democratização da comunicação”, assinala.

Para João Felicio, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI) e membro da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), “este é um livro denúncia, que conclama à luta contra a desmemória e demonstra como a ingerência da CIA e das transnacionais tem representado um duro golpe para a democracia e para a classe trabalhadora na Guatemala”. “Para pôr um ponto final nesses crimes e perseguições, é hora de ampliar a solidariedade do movimento sindical brasileiro e internacional em defesa da vida e dos direitos humanos dos trabalhadores guatemaltecos. Não podemos compactuar com a impunidade, que é uma prática de governos autoritários que atentam contra a liberdade”, sublinha.

“Pouco sabemos e pouco acompanhamos a vida dos povos, nossos irmãos, latinos. Poucos sabem que na Guatemala houve centenas de milhares de assassinatos e desaparecimentos em 30 anos de ditadura militar. Felizmente, Leonardo Severo traz uma bela contribuição na forma de reportagem para que a militância dos movimentos populares brasileiros conheçam mais e tenham admiração pelo heróico povo guatemalteco, lutador e insubmisso”, acrescenta João Pedro Stédile, da coordenação do MST.

Morticínio

Com artigos e reportagens sobre a atualidade guatemalteca, o livro faz uma análise histórica da violenta intervenção estadunidense no país, que se deu em função dos interesses da multinacional bananeira United Fruit Company. Impulsionada pela Frutera, a CIA foi acionada para derrubar o governo democrático de Jacobo Árbenz em 1954, o que teve trágicas consequências não só para o país, como para toda a América Latina. Superadas longas décadas de ditadura, que deixaram um saldo de mais de 250 mil mortos e desaparecidos, o país segue sendo governado conforme os interesses de Washington.

Editor do Brasil de Fato, Nilton Viana considera que “o livro do jornalista e companheiro Leonardo Severo é um importante registro das lutas dos trabalhadores na Guatemala frente aos crimes do imperialismo estadunidense e de suas elites colonizadas”. “No relato das práticas anti sindicais e das blindagens às sucessivas ditaduras militares, Severo demonstra como a mídia capitalista age contra nações soberanas”, frisa Nilton.

Na avaliação do diretor de redação da Hora do Povo, Carlos Lopes, “este é um livro para se chegar a conclusão oposta à de Georges Arnaud em ‘O Salário do Medo’ (A Guatemala não existe: eu estive lá). A Guatemala existe em sua sofrida e irredutível História – se fosse preciso alguma prova, alguma outra mais, aqui estaria esse livro candente”.

“Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro. Sintonizado com esta máxima do Barão de Itararé, Leonardo Severo distribui novas armas para a batalha de ideias”, conclui Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé.

Sobre o Autor

Leonardo Wexell Severo é assessor de Relações Internacionais da CUT, colaborador do Brasil de Fato e redator-especial da Hora do Povo. Pós-graduado em Política Internacional, é autor de Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo (2008) e Latifúndio Midiota, crimes, crises e trapaças (2012).

QUANDO – Dia 23 de junho – Terça-feira, das 18h30 às 21h30. 

ONDE – Livraria Martins Fontes, avenida Paulista, 509 – próximo ao metrô Brigadeiro.

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1967. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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