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O escritor uruguaio Eduardo Galeano enviou a Evo Morales, no dia 20 de janeiro, ante-véspera da posse do presidente, “um abraço de muitos braços” latino-americanos, e desculpou-se pela impossibilidade de atender ao convite que le mandou o presidente boliviano para os atos de investidura na quarta-feira 22, em Tiawanaku, e na quinta-feira, em La Paz, o mesmo que o cantautor Daniel Viglietti.
“Desta vez não posso acompanhá-lo, como gostaria, mas estarei sem estar estando, como sempre a seu lado e no mesmo caminho com Bolívia e com você” pontificou o famoso autor de Veias Abertas da América Latina em carta recebida no Palácio Queimado de La Paz.
Vencedor nas eleições gerais de outubro último, Morales será empossado para exercer seu terceiro mandato consecutivo desde 2006, o segundo de acordo com a Constituição vigente desde 2009.
Galeano assistiu as posses de Morales em 2006 e 2010
O escritor disse que acompanhará a distância, de corpo e alma, a juramentada de Morales, que quem expressou “meu abraço de sempre: um abraço de muitos braços”.
Também Viglietti, um dos mais reconhecidos cantautores progressistas do Uruguai, se desculpou por não viajar a Bolívia, onde se processam mudanças lideradas por Morales, elogiou sem limites em carta enviada e divulgada pela Presidência.
“Sua presença o trabalho da equipe que o acompanha tem sido desejada pelo povo boliviano desde há muito, muitíssimo tempo. Porque é a presidência dos majoritários em todos os sentidos e é o povo que voltou a elegê-lo, e em eleições ganhas com ampla margem, a um filho predileto, por lealdade aos princípios de solidariedade e respeito aos direitos humanos”, reza a carta.
Viglietti também elogiou a origem humilde do chefe de Estado boliviano
“Os que não aceitaram ser cúmplices com as minorias de previlegiados que dominaram Bolívia durante tantas etapas históricas se reconhecem e se unem em sua política de cambios profundos com a contribuição das novas gerações e da prática de um novo modo de viver e compartilhar. Não tem sido fácil conseguir que um homem oriundo das raízes originarias de seu povo chegue a presidente e estenda seu mandado democraticamente com um crescente sentimento de unanimidade”, assevera.
Destacou tratar-se do governo dos que resistiram aos regimes impopulares que governaram Bolívia em diversos ciclos de sua história.
“Entre vitórias e derrotas, nenhuma luta foi alheia a esta Bolívia dos indígenas, camponeses, mineiros, operarios, estudantes. Nas veias abertas de Bolívia que tão bem foi descrita pelo nosso Eduardo Galeano, hoje são rios de esperança que palpita pela vida, sem cortes”.
Delegações oficiais de 30 países de quatro continentes assistirão à posse de Morales que na quarta-feira receberá, como em 2006 e 2010, o bastão de mando dos povos indígenas de América Latina, em uma cerimônia ritual nas ruínas da civilização precolombiana de Tiawanaku, a mais antiga do hemisfério sul a 73 quilômetros da sede do governo boliviano, e um dia depois, jurará seu terceiro mandato no Legislativo boliviano em La Paz.
Fonte: ABI Agência Boliviana de Informação