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Fidel Castro é exemplo de coerência e sempre um marco na luta pelo socialismo.
Quantos dirigentes políticos no mundo tiveram esta trajetória? No caso de Fidel Castro, chegando aos 90 anos ao fazer o seu discurso no Parlamento, considerado de despedida, alertou aos cubanos sobre o momento atual em que os Estados Unidos mudaram de estratégia, mas seguem com o propósito de dominação. Este alerta naturalmente vale não só para Cuba, como também para os países do continente latino-americano que estão sendo vítimas de retrocesso político, agora sem o uso da força militar, mas através de ações midiáticas conservadoras, judiciais e parlamentares. Isto é, com o apoio dos Estados Unidos, uma nova forma de golpe, desta vez institucional, leva a um retrocesso de forma mais sofisticada, mas que favorece os mesmos interesses econômicos internacionais de sempre. Paraguai, Honduras e mais recentemente o Brasil, com o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff por até 180 dias*, são exemplos.
Fidel em seus 90 anos não se ilude e conclama o povo cubano a não se deixar envolver por tramas diabólicos escamoteados pela mídia conservadora aliada desses interesses que em outras décadas agiam de forma mais ostensiva através do uso da força.
Por todo presente e por seu passado de lutas que transformaram Cuba em uma nação solidária com outros povos, Fidel Castro será lembrado sempre como o dirigente padrão a partir do momento em que se entregou de corpo e alma a um ideal que levou a ilha caribenha a ser o que é, ou seja, exemplo de solidariedade e de destaque em seu tempo.
Fidel Castro é exemplo de coerência e sempre um marco na luta mundial pelo socialismo. Ele demonstrou na prática que uma revolução feita de baixo para cima é irreversível. O mérito é ainda maior quando esta revolução ocorre num pequena ilha distante poucas milhas de uma potência que continua se julgar dona do mundo.
Enumerar as conquistas da revolução cubana é tarefa que exige esforço de historiadores honestos e que não se deixam envolver por mentiras e manipulações da informação da mídia conservadora nos mais diversos quadrantes.
É também importante não se esquecer das pressões imperialistas sofridas pelo povo cubano através dos anos, não só pelo criminoso embargo norte-americano, como a guerra suja midiática para tentar fazer cabeças dos povos da América Latina e do mundo contra o regime socialista em Cuba. Pressão que passou até pela eclosão de um surto de epidemia de dengue hemorrágica, introduzida pelos Estados Unidos nos anos 80, como se comprovou.
Para lembrar um fato relevante, ocorrido no plano internacional, vale mencionar a participação de combatentes cubanos, ombro a ombro com os angolanos, na luta heroica contra o exercito de um país racista como a África do Sul dos anos 70. E Fidel Castro deixou claro que esta solidariedade teve também como objetivo o de Cuba se penitenciar por seu passado de escravidão de seres humanos vindos forçados do continente africano.
E na batalha final de Cuito Canavale, internacionalistas cubanos com seus irmãos angolanos derrotaram uma poderosa força militar que tinha em seu poder até a bomba atômica. É fundamental tal lembrança, incentivada pelo internacionalista Fidel Castro, até porque esta batalha histórica resultou no início do fim do odioso regime racista do apartheid, que posteriormente resultou na ascensão de Nelson Mandela.
Portanto, quando em outros séculos se estudar este período, um fato relevante como o protagonizado por um povo de um país dirigido por um líder revolucionário como Fidel Castro, que num pronunciamento histórico fez com que Cuba sepultasse de uma vez por todas um fato vergonhoso de sua história, mesmo não sendo de responsabilidade do povo mas de uma elite que considerava natural a opressão colonial.
Homenagear Fidel Castro em seus 90 anos é o mínimo que se pode fazer a este personagem cativante da história contemporânea, que também proporcionou aos cubanos assistência médica e educação exemplares e sem custos. Algo que outros povos do mundo almejam e muitas vezes só alcançam através de muitas lutas e mobilizações.
(*) posteriormente, no final de agosto, o golpe parlamentar foi confirmado.
Este artigo faz parte de um livro, elaborado por pessoas de várias partes do mundo, entregue pela brasileira Marília Guimarães ao Comandante Fidel Castro por ocasião da passagem do seu nonagésimo aniversário, ocorrido no dia 13 de agosto de 2016.