O deputado distrital Leandro Grass (Rede) protocolou nesta terça-feira (17), na Câmara dos Deputados, o primeiro pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro (sem partido) com acusação de crime de responsabilidade.
Uma das razões justificadas pelo deputado é a convocação, por meio de vídeos nas redes sociais, e o apoio aos atos realizados no último domingo (15) que, além de atacar os Poderes Legislativo e Judiciário, também colocaram em risco a população, que se expôs ao coronavírus.
Mesmo após as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que não houvesse aglomerações, Bolsonaro, que esteve em contato com pacientes já diagnosticados com o coronavírus, rompeu isolamento para cumprimentar manifestantes e apoiadores.
Leandro Grass
O deputado distrital Leandro Grass (Rede) com o primeiro pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro.
Além do apoio e comparecimento às manifestações, no documento, Leandro Grass também cita os recentes ataques à imprensa, a declaração, realizada no último dia 09, de que as eleições nacionais de 2018 foram fraudadas e que teria as provas (nunca apresentadas) em mãos e a determinação expressa de comemoração do Golpe Militar de 1964, direcionada às Forças Armadas Brasileiras, em 25 de março de 2019.
Caso o pedido seja acatado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma comissão especial será criada para discutir o impeachment. Após possível aprovação por maioria absoluta na casa, o pedido será encaminhado para o Senado.
“Desde que sentou na cadeira da Presidência da República, em janeiro de 2019, Bolsonaro vem praticando uma série de atos incompatíveis com o decoro que o cargo que ele ocupa exige””, afirmou Grass em trecho do documento.
“O país hoje está em crise econômica, estamos passando por uma crise mundial de saúde e ele ignorando os protocolos e colocando a população em risco. O Brasil não tem condições de superar essas crises com Jair Bolsonaro na presidência. Ou ele, ou o povo”, escreve.
Segundo pedido de impeachment
Ex-aliado de Jair Bolsonaro, Alexandre Frota (PSDB-SP), entregará nesta terça-feira (17) ao Congresso Nacional outro pedido de impeachment contra Bolsonaro.
Eleito pelo PSL, o deputado argumentou que o líder conservador não devia ter apoiado as manifestações de domingo, além de criticar seu argumento de fraude nas eleições gerais.
“O que ele fez ontem [domingo] é inadmissível, injustificável, indefensável, um crime contra a saúde pública. Esse senhor tem que sair da Presidência da República”, declarou.
Veja também