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ToggleGenaro García Luna foi declarado culpado de todas as acusações criminais contra ele ao culminar seu julgamento no Tribunal Federal do Distrito do Leste de Nova York.
O julgamento de quatro semanas de quem foi a cara pública e o colaborador de Washington entre 2001 e 2012 na chamada guerra contra as drogas, declarou García Luna como um criminoso convicto.
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García Luna será sentenciado pelo juiz federal Brian Cogan em 27 de junho. Enfrenta uma condenação mínima de 20 anos de prisão e uma máxima de prisão perpétua.
O júri, em seu terceiro dia de deliberações, entregou seu veredito ao juiz Cogan que, diante do acusado, da equipe de promotores e dos advogados de defesa, deu leitura da conclusão sobre cada uma das cinco acusações. Marcou com a palavra “culpado” e um “sim” à pergunta sobre se os promotores haviam comprovado “além da dúvida razoável” a violação da lei. Cada acusação requereu um voto unânime dos 12 integrantes do júri.
As cinco acusações foram de participar em uma empresa criminosa contínua, conspiração para distribuição internacional de cocaína, conspiração para distribuir cocaína, conspiração para importar cocaína (aos Estados Unidos) e fazer declarações falsas às autoridades.
Cuartoescuro
García Luna é o ex-funcionário mexicano de mais alto cargo julgado nos Estados Unidos
Traidor
“García Luna, que uma vez esteve no auge da segurança pública no México, agora viverá o resto de seus dias revelado como um traidor ao seu país “, declarou Breon Peace, o promotor federal do Distrito do Leste de Nova York ao celebrar o veredito. Agregou: “é intolerável que o acusado tenha traído seu dever como secretário de Segurança Pública ao aceitar com avareza milhões de dólares em subornos manchados pelo sangue das guerras dos cartéis e batalhas relacionadas com a droga nas ruas dos Estados Unidos e do México, em troca de proteger assassinos e traficantes”.
“A condenação de García Luna claramente demonstra que a DEA não se deterá em nada para perseguir oficiais políticos corruptos que se envolvem no narcotráfico e na violência”, declarou a Administradora da DEA, Anne Milgram. Agregou que “este caso afirma a dedicação da DEA de levar à justiça aqueles que ajudam o cartel criminoso de Sinaloa a inundar os Estados Unidos com drogas mortais que estão matando estadunidenses a taxas sem precedentes. Isso envia uma mensagem clara – a todos os líderes políticos ao redor do mundo que comercializam seus postos de influência para promover o crime organizado – que a DEA perseguirá incansavelmente organizações de tráfico de drogas que ameaçam a segurança e a saúde do povo estadunidense”.
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A promotoria recordou que os outros acusados no caso de García Luna, seus ex- subalternos Luis Cárdenas Palomino e Ramón Pequeño García, são considerados fugitivos da lei nos Estados Unidos.
A defesa
César de Castro, que encabeçou a equipe de advogados defensores de García Luna, comentou aos meios, ao sair do tribunal, que “estamos extremamente decepcionados com o veredito de hoje”. Ressaltou que o caso dos promotores contra García Luna , apesar de ser trabalhado durante anos, acabou dependendo exclusivamente do testemunho de “alguns dos criminosos mais notórios” e reiterou que os promotores “não contavam com evidência confiável para corroborar o que foi dito por suas testemunhas”. García Luna, disse, “confiou no processo” e deixou saber que “sua luta continuará”.
Durante a última sessão da corte e depois da entrega do veredito, De Castro e sua equipe indicaram que vão interpor petições para questionar a condenação e talvez depois da sentença contemplar a apelação do caso.
O acusado, vestido com um terno azul escuro e visivelmente tenso, mas estoico, escutou o veredito. Depois que o júri saiu pela última vez da sala, voltou rapidamente para ver sua esposa, seu filho e sua filha entre o público atrás da sala com os quais intercambiou sinais de carinho, foi escoltado por agentes federais para depois retornar ao Centro Metropolitano de Detenção, em espera de seu próximo encontro nesta corte para escutar sua sentença.
Agradecimentos
Depois que o júri emitiu o seu veredito, o juiz Cogan elogiou e agradeceu o trabalho que realizaram os 12 integrantes e seus seis suplentes, algo que, segundo ele, “os aproxima mais da nossa democracia”, e sublinhou que os Estados Unidos são um dos poucos países onde os casos criminais não são decididos por juízes mas sim por júris de cidadãos.
O secretário de Segurança Pública do ex-presidente Felipe Calderón, e diretor da Agência Federal de Investigações sob o presidente Vicente Fox, é o ex-funcionário mexicano de mais alto cargo julgado nos Estados Unidos.
Agora ele é um prisioneiro americano que será usado, junto com outras figuras de destaque, como Joaquín Guzmán Loera El Chapo, para continuar justificando a chamada guerra às drogas lançada pelos Estados Unidos há mais de meio século.
David Brooks | Correspondente de La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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