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Família reunida em Gaza (Foto: UNRWA)

Gaza: cultura de sobrevivência e construção desafiam agressão e “deslocamento”

Apesar de todos os planos estadunidenses e israelenses de deslocar o povo de Gaza, os palestinos provam dia após dia que a ocupação e o colonialismo chegarão ao fim
Wisam Zoghbour
Diálogos do Sul Global
Gaza

Tradução:

Em uma cidade que adormece sob o som dos canhões e acorda com os escombros, os corações batem com medo e esperança. Aqui está Gaza… onde a vida é uma luta constante pela sobrevivência.

O som dos aviões de guerra israelenses não para, e o rugido das explosões sacode a região. Uma mãe abraça seus filhos, e as crianças choram de o medo e o terror que se abateram sobre elas… Todos se perguntam: Onde está o bombardeio? Há vítimas?

Hospitais na linha de fogo: uma crise médica sufocante

Os hospitais de Gaza estão lotados de feridos, e os médicos trabalham sem parar. Medicamentos e equipamentos médicos não são mais suficientes, e os hospitais se tornaram alvos dos ataques israelenses, o que aumentou o sofrimento de pacientes e feridos.

Instituições destruídas: escolas e mesquitas não foram poupadas do bombardeio

Escolas, universidades e locais de culto se tornaram abrigos para os deslocados. Isso não poupou esses lugares de serem transformados em escombros pelo bárbaro bombardeio israelense, que teve como alvo tudo, sob pretextos e desculpas frágeis.

Genocídio com várias armas

O estado de ocupação israelense brandiu todos os tipos de armas mortais contra o povo palestino na Faixa de Gaza, desde assassinatos e prisões arbitrárias até destruição e deslocamento, e até mesmo a arma da fome e da sede.

Um cerco sufocante: estrangulando a vida em Gaza

Desde a primeira semana do massacre, que começou em 7 de outubro de 2023, o estado ocupante impôs um cerco rigoroso a Gaza, interrompendo a entrada de todos os tipos de combustível, especialmente aquele que alimenta a única usina de energia, e impedindo a entrada de alimentos e bens básicos, o que agravou a situação humanitária.

Leningrado, Gaza e a resistência do espírito humano frente à barbárie

Massacres sem fronteiras: Gaza enfrenta um novo holocausto

O estado ocupante cometeu centenas de massacres que ultrapassaram os limites do holocausto, mas desta vez esses crimes foram cometidos por aqueles que afirmam que os nazistas alemães cometeram o holocausto contra eles. Mataram dezenas de milhares de palestinos, levando o número de mártires a mais de 60 mil e o número de feridos ultrapassando 111 mil, enquanto desaparecidos superam 12 mil. Além disso, as forças de ocupação destruíram mais de 80% dos edifícios e instalações na Faixa de Gaza, entre destruição completa e parcial.

Mídia sob bombardeio: alvejando jornalistas para esconder a verdade

Jornalistas em Gaza foram testemunhas dos crimes de genocídio, mas também se tornaram alvos diretos do bombardeio israelense. Centenas de mártires e feridos entre as fileiras da mídia, enquanto suas instituições de comunicação e casas foram destruídas, em uma tentativa de obscurecer a imagem e esconder a verdade.

Cessar-fogo: alegria misturada com dor

Com o anúncio do cessar-fogo, as vozes dos cidadãos se ergueram em expressão de sua alegria pela cessação da matança, destruição e fome. Na manhã seguinte, o povo de Gaza começou a inspecionar suas casas após a retirada das forças de ocupação.

Ajuda humanitária e bens comerciais começaram a inundar os mercados da Faixa de Gaza, e os bens testemunharam uma diminuição para se tornarem acessíveis para o maior número de cidadãos.

O retorno dos deslocados: a jornada em busca da vida

Em Gaza, casas podem ser destruídas, mas vidas permanecem firmes. Aqui, onde a vida não conhece a rendição, a esperança permanece mais forte que a destruição.

Povo palestino desafia o mundo e reescreve a história de seu Holocausto em Gaza

Sete dias após o cessar-fogo, os deslocados começaram a retornar às suas cidades destruídas. Entre os escombros, tentaram reconstruir o que restava de suas casas, enquanto outros recorreram à construção de tendas em cima dos escombros, em uma mensagem clara de desafio: a cultura da construção triunfará sobre a cultura da destruição. É direcionado ao presidente dos EUA, Donald Trump, e àqueles que seguem seu caminho na busca por deslocar o povo da Faixa de Gaza, às vezes com sua intenção de comprar a Faixa e transformá-la em uma nova Cingapura ou a Riviera do Oriente Médio, às vezes sob as falsidades de evacuar Gaza em prol de sua reconstrução, e uma terceira vez concedendo partes dela a países vizinhos.

Gaza permanece apesar da agressão

Em meio à devastação, os palestinos enviam uma mensagem clara: “Estamos aqui e não iremos embora.” Apesar de todos os planos estadunidenses e israelenses de deslocá-los, o povo de Gaza prova dia após dia que a ocupação e o colonialismo chegarão ao fim, que a vontade de viver é mais forte do que a opressão e a privação, e que a cultura da sobrevivência prevalecerá sobre a cultura da morte e da agressão.

Edição de Texto: Alexandre Rocha


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Wisam Zoghbour Jornalista, membro da Secretaria-Geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinos e diretor da Rádio Voz da Pátria.

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