Pesquisar
Pesquisar

Hong Kong: Protestos contra extradição sobem de tom e pedem demissão do governo

Quase dois milhões de pessoas manifestaram-se este domingo, exigindo a retirada completa da proposta de lei que permite as extradições para a China
Redação Esquerda.Net
Esquerda.Net
Lisboa

Tradução:

O anúncio feito no sábado pela chefe do executivo de Hong Kong de que iria suspender o processo legislativo da proposta para extraditar cidadãos de Hong Kong para a China não foi suficiente para acalmar os protestos das últimas semanas.

No dia seguinte, uma manifestação gigantesca voltou a ocupar o centro de Hong Kong, com os organizadores a estimarem a participação em torno de dois milhões de manifestantes, nada convencidos pela imagem de “humildade” que a chefe de governo quis fazer passar na sua mensagem.

A mobilização para o protesto de domingo resultou no dobro da participação da semana anterior e já não se limitou a pedir a retirada da lei, mas também a demissão de Carrie Lam. O governo foi obrigado a fazer nova comunicação ao país no domingo à noite, afirmando que Carrie Lam pedia desculpas à população pelas “deficiências no trabalho do governo”, ao mesmo tempo que prometia “uma atitude mais sincera e humilde para aceitar críticas e melhorar a vida das pessoas”.

Quase dois milhões de pessoas manifestaram-se este domingo, exigindo a retirada completa da proposta de lei que permite as extradições para a China

Foto Studio Incendo/Flickr
Manifestação este domingo em Hong Kong

Esta segunda-feira, o ex-ministro dos Transportes e Habitação deu uma entrevista ao South China Morning Post a apelar à chefe do governo para anunciar a retirada do lei da extradição e fazer um pedido de desculpa pela forma como tratou o assunto. Anthony Cheung Bing-leung defendeu também a criação de uma comissão de inquérito ao uso de força excessiva por parte da policia nas manifestações da passada quarta-feira, que disparou balas de borracha e gás lacrimogêneo sobre os manifestantes.

Para o ex-ministro, que falou pela primeira vez sobre o governo desde que deixou a pasta há dois anos, Carrie Lam devia anunciar estas medidas já na terça-feira, data marcada para a próxima reunião do executivo.

“Esta crise revela o fracasso completo do nosso sistema político. O governo central já não pode esperar que os problemas de Hong Kong se resolvam centrando-se apenas na economia e no custo de vida, enquanto evita a reforma política”, afirmou Cheung, acusando o governo de ter menosprezado a oposição à lei das extradições para a China.

Quanto à proposta de lei no centro da polêmica, uma fonte do governo afirmou ao South China Morning Post que o seu destino será a “morte natural”, já que não há nenhum calendário previsto para que volte a ver a luz do dia até ao termo desta legislatura no final de julho

Veja também


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Esquerda.Net

LEIA tAMBÉM

Eleições nos EUA comícios, ameaças, violência política e as últimas promessas de Harris e Trump (1)
Eleições nos EUA: comícios, ameaças, violência política e as últimas promessas de Harris e Trump
Benjamin Netanyahu uma Besta humana livre para matar
Benjamin Netanyahu: uma Besta humana livre para matar
Ucrânia coloca Europa em uma nova encruzilhada energética
Ucrânia coloca Europa em uma nova encruzilhada energética
Espanha cúpula do Sumar silenciou sobre acusação de violência sexual contra líder do partido
Espanha: cúpula do Sumar silenciou sobre acusação de violência sexual contra líder do partido