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Foto: UNRWA / X

Impunidade coloca Israel acima do direito internacional e sustenta genocídio em Gaza

Terrorismo de Israel acontece diante dos olhos do mundo sem que países movam um dedo, como se o genocídio em Gaza tivesse se tornado uma cena fugaz em um filme
Wisam Zoghbour
Diálogos do Sul Global
Gaza

Tradução:

O governo fascista liderado por Benjamin Netanyahu não hesita em cometer crimes de guerra contra o povo palestino, especialmente contra os jornalistas, notadamente no setor de Gaza, que enfrenta, pelo segundo mês consecutivo após o término do primeiro ano do conflito, uma guerra de genocídio em um cenário trágico e numa peça cômica que causa vergonha.

Esses crimes e atos de terrorismo israelenses acontecem diante dos olhos e ouvidos de todos os países do mundo, árabes e ocidentais, sem que movam um dedo, como se os crimes de genocídio que ocorrem na Faixa de Gaza tivessem se tornado apenas uma cena fugaz em um filme. 

De fato, o Estado de ocupação e o fascismo israelense não dão atenção ao direito internacional nem ao direito humanitário, mas colocam-se acima da lei ao continuar a cometer crimes de genocídio na Faixa de Gaza sem interrupção, cercando cidades e vilarejos palestinos, impedindo a entrada de ajuda humanitária, praticando políticas de fome, sede e deslocamento contra o povo palestino e destruindo cidades, vilarejos, campos de refugiados e casas sobre as cabeças de seus habitantes.

E não se contenta o Estado de ocupação israelense em violar o direito internacional e o direito internacional humanitário ao cometer crimes de genocídio; ao contrário, seu parlamento, o ‘Knesset‘, continua a promulgar dezenas de leis que afetam o povo palestino e seus direitos, especialmente o direito dos refugiados de retornarem às suas casas das quais foram expulsos desde 1948.

Fome, sede e isolamento como armas

A mais recente dessas leis é a proibição das atividades da Agência das Nações Unidas de Socorro e Trabalhos para os Refugiados Palestinos (UNRWA), o que se refletirá negativamente sobre o povo palestino que enfrenta guerras de genocídio, fome e sede.

E não se contentou o Estado de ocupação em violar o direito internacional e humanitário, mas ultrapassou todos os pactos e convenções internacionais, ao insultar repetidamente as Nações Unidas, rasgar sua Carta, acusá-la de injustiça e impedir seu Secretário-Geral, António Guterres, de entrar na Faixa de Gaza para observar de perto os acontecimentos do genocídio no território.”

“O Genocídio Será Televisionado”: novo e-book da Diálogos do Sul Global denuncia crimes de Israel

De fato, o sistema de terrorismo israelense está cometendo genocídio na Faixa de Gaza e continua a ignorar as decisões e ordens internacionais, com o incentivo e financiamento dos Estados Unidos da América e de várias capitais ocidentais, através de remessas de armas letais, intimidando e impondo sanções às organizações internacionais e da ONU que condenam os crimes de genocídio, e usando o direito de veto contra qualquer decisão que condene o fascismo israelense. 

No Dia Internacional pelo Fim da Impunidade, não podemos deixar de dizer que a ausência de responsabilização e punição internacional ao Estado de ocupação israelense coloca as decisões e leis internacionais à prova e encoraja Israel, o Estado ocupante, a cometer mais crimes de genocídio.

Especialmente porque o Tribunal Internacional de Justiça emitiu um conjunto de ordens que convocaram Israel a parar o genocídio e permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, e que coincidiram com a descrição do Tribunal Penal Internacional do que ocorre na Faixa de Gaza como crimes de genocídio.

Apesar disso, o Tribunal Penal não conseguiu emitir mandados de prisão contra o chefe do governo de ocupação, Benjamin Netanyahu, e seu ministro da guerra, Yoav Galant, por cometerem crimes de genocídio descritos na Faixa de Gaza.

Edição: Alexandre Rocha


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Wisam Zoghbour Jornalista, diretor da Revista Liberdade de Gaza (Al-Hurriya) e membro do Secretariado-Geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinos.

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