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Índia se consolida como 5ª economia do mundo em 2022 e pode chegar ao top 3 até 2029

País, que ronda os 1,4 bilhão de habitantes e é um gigante nos campos da ciência e da tecnologia, completa o ranking com EUA, China, Japão e Alemanha
Alfredo Boada Mola
Prensa Latina
Nova Delhi

Tradução:

A Índia aumentou sua vantagem como a quinta economia do mundo em termos do Produto Interno Bruto (PIB) durante 2022, depois de deslocar o Reino Unido para o sexto posto no último trimestre do ano anterior.

A populosa nação do sul da Ásia experimenta um pujante crescimento nos últimos anos que a torna uma potência emergente na região da Ásia e também em escala global.

O tamanho de sua economia em termos de efetivo nominal no trimestre que fechou em março passado foi de 854.700 bilhões de dólares, enquanto o Reino Unido somou no mesmo período 816 bilhões de dólares, segundo a companhia estadunidense de assessoria financeira Bloomberg.

A Índia está somente atrás dos Estados Unidos, China, Japão e Alemanha quanto ao PIB, mas segundo os prognósticos superará a nação germânica em 2027 e o país nipônico em 2029, caso continue em seu ritmo atual de desenvolvimento, para catapultar-se como a terceira economia do planeta.

Tem uma diversificada base de produção, que desenvolveu durante décadas com uma estratégia de substituição de importações.

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O trigo e o arroz são os principais itens agrícolas e entre as manufaturas destacam-se os produtos petrolíferos, farmacêuticos, eletrônicos, têxteis e de vestuário, ferro e aço, automóveis e máquinas, pedras preciosas e joias.

Atualmente, Nova Delhi busca estabilizar sua economia, perturbada em consequência da crise originada pela Covid-19, que levou à perda generalizada de postos de trabalho e afetou gravemente a demanda interna, ainda sem recuperar os níveis anteriores ao período pré pandemia.

A queda do consumo nacional, um dos fatores que mais impulsiona o crescimento econômico do país, foi parcialmente compensada pelo aumento das exportações, com um recorde de 421 bilhões de dólares no período 2021-2022, o que contribuiu para a recuperação econômica.

Em meio à redução do ritmo da economia mundial, todos os olhares voltam-se para o desenvolvimento de seu PIB.

Espera-se que a taxa de crescimento econômico deste país sul asiático fique entre 6,5% e 7,1% durante o atual ano fiscal 2022-23, de acordo com a Deloitte, a maior empresa de serviços profissionais do mundo e uma das quatro maiores auditoras.

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“A Índia registrará um crescimento do PIB entre 6,5 e 7,1% durante 2022-23 e de 5,5 a 6,1% no ano seguinte, dependendo da reativação da economia mundial e da melhora dos fundamentos econômicos”, indicou a Deloitte.

Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu esta projeção de 7,1% para 6,8%. Não obstante, será a economia com crescimento mais rápido do planeta.

País, que ronda os 1,4 bilhão de habitantes e é um gigante nos campos da ciência e da tecnologia, completa o ranking com EUA, China, Japão e Alemanha

Pexels
O 2º país mais povoado do planeta é também o 2º exportador na indústria de software, atrás dos EUA, enviando ao exterior 70% da produção




Novo gigante emerge

A Índia caminha para ser a terceira economia do mundo em 2027 (superando o Japão e a Alemanha) e também teria o terceiro mercado de valores em 2030, de acordo com as tendências globais e investimentos em tecnologia e energia.

Trata-se do país que mais avança no globo, com um aumento médio do produto interno bruto de 5,5% na última década, segundo um informe do banco global de investimentos Morgan Stanley.

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Sua participação nas exportações pode duplicar nesse período, enquanto sua Bolsa de Valores registraria um crescimento anual de 11%, com uma capitalização de mercado de 10 trilhões de dólares na próxima década.

Chetan Ahya, economista chefe para a Ásia da Morgan Stanley, e seus colegas prognosticam que em 2027 a Índia será a terceira economia do mundo, com um PIB que aumentará nos próximos 10 anos, chegando a 8,5 trilhões de dólares, partindo dos atuais 3,4 trilhões de dólares.



O fenômeno Índia

Atribuem-se à região onde se situa hoje este país antigas invenções e descobertas muito úteis como o algodão, a tinta, os botões, o xadrez, as equações de segundo grau na matemática, o jogo de cartas, as cirurgias plásticas e de catarata, a telegrafia sem fio, o código binário, o aço, o xampu, a fibra ótica e a descoberta de água na Lua pelo satélite Chandrayaan-1.

Com uma população que ronda os 1,4 bilhão de habitantes, é um gigante que avança em vários campos da ciência e da tecnologia, apesar de continuar sendo uma nação em desenvolvimento com milhões de pessoas na pobreza. Ocupa o terceiro lugar mundial entre os destinos de investimentos mais atrativos para as transações tecnológicas e é um dos melhores em pesquisa científica, estando entre as cinco primeiras nações na exploração espacial.

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O porto espacial de Sriharikota, uma ilha próxima, situada em frente à costa do estado de Andhra Pradesh, aguarda os primeiros astronautas ou vyomanautas (vyoma significa espaço ou céu em sânscrito) que a Índia enviará ao espaço como parte da Missão Gaganyaan (nave espacial em hindi).

Quando seja alcançado este objetivo da Organização Indiana de Pesquisa Espacial, esta nação se unirá à lista iniciada em 1961 pela União Soviética, representada atualmente pela Rússia, que foi seguida pelos Estados Unidos e pela China, os únicos países a enviar missões tripuladas ao espaço.

Também é o maior fornecedor mundial de medicamentos genéricos por volume, com 20% do total das exportações farmacêuticas globais.

O Instituto Soro da cidade de Pune, uma empresa de biotecnologia e medicamentos, é o maior fabricante de vacinas do mundo, entre elas as utilizadas contra a Covid-19.

Os fatores que impulsionam o desenvolvimento tecnológico indiano são o baixo custo de exploração, as políticas governamentais, a disponibilidade de mão de obra qualificada, a rápida introdução das tecnologias da informação em telecomunicações, bancos, serviços financeiros e seguros, entre outros setores.

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Além disso, o grande crescimento da demanda de exportações, as zonas econômicas especiais estabelecidas pelo governo e a adoção de novas tecnologias como a computação na nuvem, a inteligência artificial e o Big Data.

A nação ocupa atualmente a quarta posição no mundo em termos de capacidade de energia renovável instalada, a quinta em energia solar e o quarto em energia eólica, segundo um informe do Escritório de Informação do governo.

Nos últimos anos, obteve destaque internacional por seus serviços de tecnologias da informação e seu espetacular avanço na indústria de software surpreende, ao mesmo tempo em que edifica modernos parques tecnológicos e as universidades locais formam profissionais altamente qualificados.

Segundo o Índice Mundial de Inovação de 2021, a Índia é líder na Ásia Central e Meridional, a segunda entre os países de renda média e baixa e ostenta a liderança na exportação de serviços de tecnologia da informação e da comunicação.

Conta ainda com postos elevados quanto à diversificação da indústria nacional e aos graduados em ciência e energia.

As cidades indianas de Bengaluru, Nova Delhi e Bombaim figuram entre os 100 polos de ciência e tecnologia mais importantes do mundo e é relevante a crescente colaboração entre as empresas transnacionais e as companhias e centros de pesquisa indianas nos ramos químico e farmacêutico.

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O segundo país mais povoado do planeta é igualmente o segundo exportador na indústria de software, atrás dos Estados Unidos, enviando ao exterior 70% de sua produção.

Em novembro deste ano assumiu a presidência da Associação Mundial de Inteligência Artificial (GPAI), que agrupa 25 nações, entre elas Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, Austrália, Canadá, Alemanha, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Singapura.

Espera-se que este setor acrescente entre 450 e 500 bilhões de dólares ao PIB da Índia em 2025 e até 967 bilhões de dólares até 2035.

Alfredo Boada Mola | Correspondente chefe de Prensa Latina na Índia.
Tradução: Ana Corbisier.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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