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ToggleUma nova tragédia estremeceu nesta quarta-feira (18) a Ucrânia, em razão da queda de um helicóptero no meio de uma creche e um edifício de moradia na localidade de Brovari, a 25 quilômetros ao noroeste de Kiev, que deixou um saldo preliminar de pelo menos 15 pessoas mortas, 3 delas menores de idade, e 29 feridos que foram hospitalizados, entre esses, 15 crianças.
O aparelho Eurocopter ASS 332 Super Puma – fabricado pelo consórcio europeu Airbus e doado pelo governo francês em 2018, nos tempos do anterior presidente, Petro Poroshenko, como parte de um lote destinado às necessidades da polícia e dos serviços de emergência – se dirigia, segundo Kirill Timoshenko, subdiretor do Escritório da Presidência Ucraniana, para “um local da frente de guerra, onde se travam combates” e levava à bordo, junto com a tripulação, um total de nove pessoas, incluída as principais autoridades do ministério do Interior desse país.
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Como consequência do provável acidente causado pela abundante névoa, morreram todos, entre eles o titular da pasta, Denis Monastyrski, o primeiro vice-ministro, Yevgueni Elin, e o vice-ministro com o cargo de secretário de Estado, Yuri Lubkovich.
A Procuradoria Geral da Ucrânia reconheceu que nestes momentos não pode determinar a causa do sinistro, que está sendo investigado pelos serviços secretos.
Especialistas independentes fazem notar que, para evitar serem detectados pelos radares, os helicópteros que são usados pelos funcionários ucranianos para deslocar-se pelo país voam a muito baixa altura, o que incrementa o risco de choque com edifícios ou inclusive árvores, e muito depende das condições do tempo e da experiência do comandante da nave. Coincidem em que, por ora, ainda não se sabe qual foi a causa concreta nesse caso, ocorrido às 8h20 da manhã, hora da Ucrânia.
A queda do helicóptero perto de uma creche deixou – de acordo com as imagens transmitidas pelos canais de televisão via satélite da Ucrânia – um quadro de dor indescritível com um repentino incêndio em um raio de 500 m², que foi apagado uma hora mais tarde, e corpos espalhados de pais que acabavam de levar seus filhos e de transeuntes ocasionais, ao mesmo tempo que as ambulâncias tiravam do edifício crianças e educadoras em macas.
Putin, seguro de ganhar a guerra
O titular do Kremlin, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira que “é inevitável” a vitória russa na Ucrânia ao visitar uma fábrica da indústria militar em São Petersburgo.
Diante dos trabalhadores do consórcio Almaz-Antey, um dos mais importantes do setor da indústria de armamento, Putin sublinhou: “Tomando em conta o resultado final: nossa vitória, que é inevitável, quero destacar várias coisas que se mantêm e determinam nosso triunfo. Me refiro à unidade e à solidariedade do povo multinacional russo. Me refiro à coragem e ao heroísmo de nossos combatentes na operação militar especial e na frente de batalha, assim como o funcionamento da indústria militar e de toda a economia”.
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Putin viajou a São Petersburgo, sua cidade natal, por ocasião do 80º aniversário do levantamento do sítio de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, e ao conversar com um grupo de operários, ao pé de um caminhão militar com a letra “Z” inscrita, símbolo que utiliza o exército russo na campanha no vizinho país, disse não ter “nenhuma dúvida” acerca da vitória que, em sua opinião, “está assegurada”.
O mandatário, após reiterar que a Rússia enfrenta um “regime neonazista” na Ucrânia, e que seguirá “ajudando” a população de origem russa “submetida a genocídio” no sudeste do vizinho país eslavo, disse que sua indústria de defesa já é quase autossuficiente.
“Depois que alguns de nossos supostos sócios abandonaram o mercado russo, nossas empresas redobraram esforços para aumentar a produção e hoje podemos dizer que já ocupam os nichos vazios que deixaram e, se ainda não podemos fabricar 100% do que necessitamos, em breve o conseguiremos”, vaticinou Putin.
O presidente prometeu atender às queixas dos operários, que disseram que têm que trabalhar vários turnos em ciclo contínuo e além disso recebem pouco dinheiro.
“O dinheiro é proporcionado para resolver os problemas financeiros atuais, para aumentar a produção e para fabricar as peças modernas mais requisitadas, mas é certo que alguns dos nossos clientes estrangeiros, lamentavelmente, não cumprem todas as suas obrigações e não pagam”, admitiu Putin, prometendo brindar “todo o apoio” às empresas russas.
Kremlin
Para Lavrov, “os Estados Unidos pretendem fazer o que desejam em qualquer lugar, embora sejam do outro lado do mundo"
Lavrov arremete contra os EUA
Sem ser esse seu propósito, o chefe do Kremlin relegou a segundo plano noticioso a entrevista coletiva anual que, no começo de cada ano, oferece seu chanceler, Serguei Lavrov.
Segundo o chefe da diplomacia russa, “o que sucede na Ucrânia é resultado da preparação, durante muitos anos por parte dos Estados Unidos e seus satélites, do começo de uma guerra híbrida global contra a Rússia”.
Com permanente envio de armas pela Otan, destino da Ucrânia é virar novo Afeganistão
Sustenta que os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) “mentem quando dizem que não estão combatendo contra a Rússia, mas tão só ajudam a Ucrânia a resistir à ‘agressão’ (russa) e restabelecer sua integridade territorial: o volume do apoio demonstra que o Ocidente aposta tudo em sua guerra contra nós”.
Ele afirmou ainda que os “Estados Unidos deixaram de fortalecer suas posições pela via legítima e agora recorrem a qualquer método que lhes permitam manter sua dominação (…) Contra a Rússia e outros países ‘indesejáveis’, aplicam-se sanções que violam os postulados do modelo ocidental de globalização (…) A União Europeia se subordina por completo ao ditado estadunidense”.
Para Lavrov, “os Estados Unidos pretendem fazer o que desejam em qualquer lugar, embora sejam do outro lado do mundo”. O que consideram necessário, vão fazer. Os demais nada podem empreender sem o consentimento estadunidense, nem sequer em resposta a ameaças à sua segurança que os próprios Estados Unidos criam nas fronteiras destes países”.
O ministro de Relações Exteriores comparou a estratégia dos países da Otan contra a Rússia com a “solução final” que o regime nazista promoveu para justificar sua intenção de exterminar os judeus ao asseverar:
“Igual a Napoleão que mobilizou quase toda a Europa contra o Império russo, o mesmo que Hitler mobilizou e conquistou a maioria dos países europeus para dirigi-los contra a União Soviética, hoje os Estados Unidos criaram uma coalizão contra a Rússia e seu objetivo é a ‘solução final’ à questão russa”.
Assim, Lavrov arredondou sua fala: “Igual a Hitler queria resolver a questão judaica, agora, os dirigentes ocidentais (…) dizem sem rodeios que a Rússia tem que sofrer uma derrota estratégica”.
Juan Pablo Duch | Correspondente do La Jornada em Moscou.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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