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Andrés Chadwick Piñera, primo e ex-ministro de Sebastián Piñera (Foto: Cecilia Pérez Jara)

“Maior caso de corrupção da história recente do Chile” envolve Ministério Público e primo de Piñera

Andrés Chadwick Piñera aparece repetidamente no centro do escândalo, figurando como ativo participante no esquema de tráfico de influência
Aldo Anfossi
La Jornada
Santiago

Tradução:

Beatriz Cannabrava

A trama de corrupção revelada no Chile em novembro de 2023, quando em um áudio o penalista Luis Hermosilla Osorio (68), agora em prisão preventiva, exigia de um cliente fundos para subornar funcionários públicos a fim de resolver problemas judiciais e administrativos, aumentou em estupefação ao se evidenciar que o caso de corrupção também afeta o Ministério Público.

Desta vez, ficou descoberto que, em 2015 e nos anos seguintes, em conivência com Hermosilla, o então promotor Manuel Guerra, responsável por processos envolvendo financiamento ilegal da política, conhecidos como casos Penta e SQM, que incluíam crimes tributários, tráfico de influências e suborno, conspirou para não apresentar acusações puníveis com prisão efetiva, oferecendo “saídas alternativas” que incluíam multas e “aulas de ética”.

Enquanto supostamente investigava esses casos, ele pedia a Hermosilla que o contratasse, o que aconteceu em 2021.

Andrés Chadwick Piñera

No centro do escândalo, aparece repetidamente o nome de Andrés Chadwick Piñera, um proeminente dirigente de direita, primo e ministro do Interior nas duas presidências do falecido Sebastián Piñera, figurando como ativo participante no tráfico de influências e maquinações.

Hermosilla e Chadwick são amigos de longa data, compartilharam escritório, ele foi seu assessor durante o segundo governo de Piñera e, em 2019, o defendeu infrutiferamente de uma acusação constitucional que o inabilitou por cinco anos para exercer cargos públicos, no marco da repressão à explosão social.

As mensagens entre Guerra e Hermosilla se sucederam entre 2016 e 2023 e dão conta de como se coordenaram com Chadwick para evitar julgamentos nos casos de dinheiro ilícito para políticos, assim como de uma multiplicidade de conflitos de interesse.

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Suborno, violação de segredo e prevaricação

A revelação fez com que advogados, que litigaram sem sucesso naquela época, anunciassem que irão processar Guerra e Hermosilla por crimes de suborno, violação de segredo e prevaricação administrativa, e estão analisando incluir Chadwick na acusação.

“São muitas arestas e iremos ampliar cada uma delas”, disse María Inés Horvitz, advogada do Conselho de Defesa do Estado (CDE), quando foram feitas as acusações.

Quando, em novembro de 2023, a polícia registrou o escritório de Hermosilla e confiscou seu celular, encontrou um milhão de textos por WhatsApp que, à medida que vêm à tona, estão deixando o país atônito e constrangendo a oposição de direita, quando restam três semanas para as eleições municipais.

Tentáculos da corrupção

Se, em março, os tentáculos de Hermosilla já haviam derrubado o chefe da Polícia de Investigações, que lhe passava informações confidenciais, e se, há um mês, foi revelado que ele tinha uma juíza da Suprema Corte em sua folha de pagamento, que intervinha nos casos em que ele litigava; agora as coisas estão piorando para a institucionalidade.

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“Estamos diante do maior caso de corrupção da história recente do país, porque não envolve apenas dinheiro, mas também diferentes poderes do Estado em uma rede de relações que, eventualmente, foi formada para corromper os propósitos dessas instituições e intervir em casos de crimes de corrupção”, resumiu a ministra Secretária-Geral de Governo (porta-voz), Camila Vallejo.

De fato, o que foi revelado distorceu a verdade de graves fatos, e com isso o destino daqueles que se viram prejudicados.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Aldo Anfossi

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