Pesquisar
Pesquisar

Mídia independente se mobiliza para cobrir eleições no Chile; entenda por que é importante e saiba como ajudar

No Chile, esquerda e extrema-direita lideram as pesquisas eleitorais do pleito que será realizado no dia 21 de novembro
Isabela Santos
Saiba Mais
Natal

Tradução:

O Programa Balbúrdia desta terça-feira (9) foi especial sobre a importância da presença da mídia independente cobrindo eventos internacionais, como as eleições no Chile. Dividiram a tela, Rafael Duarte e os jornalistas Felipe Bianchi, Caio Teixeira e Leonardo Wexell Severo.

“Se não são os aguerridos companheiros viajarem, a gente que tem que ver a grande mídia traduzir notícia da França pra informar a gente sobre o que tá acontecendo aqui do lado”, explicou Bianchi, do Barão do Itararé.

O debate sobre as eleições é interditado como também são as discussões para tornar mais diversa e democrática a mídia, segundo Felipe, quando são divulgados equívocos sobre o que é a regulação. “A desinformação não é uma novidade. A história do continente está repleta de desinformação”, aponta.

Leonardo Severo, jornalista do Hora do Povo e colaborador da Carta Maior, Diálogos do Sul e Correios da Cidadania, comenta que o objetivo do seu trabalho é em romper o monopólio da grande mídia.

ComunicaSul vai ao Chile cobrir Constituinte e eleições presidenciais; saiba como ajudar!

Severo aproveita para contar um episódio recente: hoje viu uma notícia na sua timeline do Facebook, publicada por um dos filhos de Bolsonaro, que fazia elogios a uma ação da polícia que executou seis assaltantes a bancos. Calmamente, o comunicador diz que se pronunciou escrevendo que se tivesse que executar alguém teria que ser Bolsonaro e os donos de bancos, que tiram a vida de milhões de trabalhadores. E com isso, foi bloqueado pela plataforma temporariamente.

“Nós temos um lado da notícia que é sempre o dos grandes anunciantes, dos donos do capital especulativo e do outro a realidade dos trabalhadores, precarizados, das donas de casa que ficam submetidas a um trabalho semiescravo, dos jovens que estão cada vez mais sem direitos.”, contextualiza, e após refletir sobre alguns temas, coloca que algumas pessoas ficam isoladas sem jamais um jornalista sequer pensar em colocar um microfone, tirar uma foto.

No Chile, esquerda e extrema-direita lideram as pesquisas eleitorais do pleito que será realizado no dia 21 de novembro

Saiba Mais
Programa Balbúrdia

Guatemala

Na Guatemala tentaram impedir que mostrassem a destruição da escola de operários e filhos de camponeses. Na Bolívia, os jornalistas estrangeiros temiam dormir duas noites na mesma cidade, porque também sofriam ameaças. Um argentino foi assassinado.

“Nós nos deparamos com situações assim: uma verdade pra ser dita e uma mentira que é repetida milhões de vezes numa tentativa nazista de fazer com que ela se torne verdade. Daí a importância do ComunicaSul”.

Caio Teixeira lembra que, na última eleição de Hugo Chávez, a imprensa mundial não comunicou a grande dimensão da campanha de Chávez e sempre com a narrativa de que o presidente era um ditador e Henrique Capriles, o libertador.

“Vocês já viram alguma vez um palestino falar? Nunca aparecem falando, nem povo, muito menos dirigentes ou coisa parecida. Jamais. É proibido. E isso legitima o discurso pró Israel”, Caio dá outro exemplo.

Polarização no Chile

No Chile, esquerda e extrema-direita lideram as pesquisas eleitorais do pleito que será realizado no dia 21 de novembro. Os favoritos são o deputado de esquerda Gabriel Boric (Aprovo Dignidade / Frente Ampla) e o advogado de extrema-direita José Antonio Kast (Partido Republicano), que aparecem empatados em alguns levantamentos.

Além disso, a Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira (9) a abertura do impeachment do presidente Sebastián Piñera por suspeitas de corrupção durante seu mandato.

“Chile despertou”: Milhares comemoram dois anos do levante social e exigem “Fora, Piñera!”

Com maioria simples de 78 votos necessários, os deputados chilenos alcançaram o número necessário para que a acusação pudesse avançar para o Senado. Para o impeachment ser aprovado pelo Senado chileno, ele precisa de dois terços dos votos da casa — no mínimo 29 dos 43 senadores do país.

Segundo a legislação chilena, o Senado tem um prazo de até seis dias após a notificação formal da Câmara para agendar a votação do julgamento político.

Há pelo menos 15 dias, os chilenos realizam protestos em todo o país para exigir liberdade aos presos políticos das manifestações de outubro de 2019.

Confira o Programa Balbúrdia na íntegra:

Isabela Santos, Saiba Mais


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na Tv Diálogos do Sul

 

   

Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Isabela Santos

LEIA tAMBÉM

Com Trump, EUA vão retomar política de pressão máxima contra Cuba, diz analista político
Com Trump, EUA vão retomar política de "pressão máxima" contra Cuba, diz analista político
Visita de Macron à Argentina é marcada por protestos contra ataques de Milei aos direitos humanos
Visita de Macron à Argentina é marcada por protestos contra ataques de Milei aos direitos humanos
Apec Peru China protagoniza reunião e renova perspectivas para América Latina
Apec no Peru: China protagoniza reunião e renova perspectivas para América Latina
Cuba luta para se recuperar após ciclone, furacão e terremotos; entenda situação na ilha (4)
Cuba luta para se recuperar após ciclone, furacão e terremotos; entenda situação na ilha