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Missão Milagre, uma década mirando o futuro

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Vivian Collazo Montano*

Operacion_MilagroA Organização Mundial da Saúde (OMS) menciona 45 milhões de pessoas carentes de visão e 135 milhões de deficientes visuais; 90% delas residentes nas nações mais pobres do mundo.

A metade dos que não enxergam padece de catarata. O resto sofre de glaucoma, retinosis pigmentária, tracoma, assim como de diferentes estados de cegueira infantil.

Outros problemas de grande impacto social são a carência de vitamina A, ptosis palpebral, terigium e estrabismo, muito frequente na população, tanto infantil como adulta.

A OMS assegura que 80% dos problemas de visão podem ser evitados ou curados, para o que são necessários recursos e a adoção de programas específicos.

Mas a boa qualidade na atenção ocular nem sempre está disponível, pois apenas 50% da humanidade tem acesso a serviços oftalmológicos, devido a barreiras geográficas e aos elevados custos cirúrgicos.

No entanto, os especialistas advertem que, se estes problemas não forem enfrentados com urgência, em 2020 a incidência global da cegueira poderá estar duplicada.

Neste contexto, destaca-se a Operação Milagre, um programa de saúde que beneficiou cerca de três milhões de pessoas da América Latina, Caribe, Ásia e África, devolvendo a esperança a outros tantos seres humanos dos mais remotos rincões do planeta.

Atualmente está estabelecida em 13 nações, com 55 posições cirúrgicas, explicou o doutor Reinaldo Ríos, diretor médico do Instituto de Oftalmologia cubano.

Este projeto permitiu reduzir a cegueira que pode ser prevenida no Caribe e nas Américas Central e do Sul, embora sejam os cubanos e o desenvolvimento da especialidade na ilha, os mais favorecidos, garantiu.

Desde que começou a Missão Milagre, há 10 anos, aumentaram as operações em Cuba (só em 2013 foram realizadas mais de 35 mil cirurgias de catarata, contra umas 13 mil por ano antes de 2004).

O aperfeiçoamento dos recursos humanos – profissionais médicos, enfermeiras e técnicos -, a instalação de tecnologia avançada e a ampliação dos serviços para toda a nação foram possíveis a partir da Missão, afirmou o especialista, que é também chefe do grupo nacional da especialidade.

Consultas de oftalmologia geral e pediátrica, neuro-oftalmologia, baixa visão e retina, entre outras, estão disponíveis em todas as províncias, com pessoal altamente capacitado, acrescentou.

Lembrou ainda que, há uma década, existiam em Cuba cerca de 700 oftalmólogos e, atualmente, há mais de 1.800 especialistas.

Formaram-se profissionais não apenas para as necessidades do país, como também para a colaboração internacional, ao mesmo tempo em que se aperfeiçoam graduados na Escola Latinoamericana de Medicina, disse.

No começo as cirurgias só eram feitas na ilha, mas, dado o elevado número de pessoas necessitadas de assistência, foram instaladas unidades com o mesmo fim em outros Estados, sempre com a assessoria cubana.

O projeto, estimulado pelo líder da Revolução, Fidel Castro, é apoiado pela República Bolivariana da Venezuela, uma das nações mais favorecidas, e se destina a tratar cirurgicamente pessoas carentes, atingidas pela cegueira ou por deficiência visual que possa ser corrigida.

Começou em 10 de julho de 2004, no Centro de Microcirurgia Ocular, anexo ao Instituto a oeste da capital cubana, onde foram operados os primeiros pacientes.

Para isso o hospital conta com especialistas de alto nível científico e com a mais moderna tecnologia.

Equipamentos avançados, como Lasik, Lasek e PTK, lentes intraoculares multifocais, ultrassom, microscópio especular, topógrafos de córnea contribuem para corrigir imperfeições oculares e para restabelecer a saúde visual dos afetados.

*Prensa Latina de Havana para Diálogos do Sul – Tradução de Ana Corbisier

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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