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Forças israelitas reprimem protesto contra fechamento de escola em Nablus

As forças israelitas usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo nos protestos contra o fechamento de uma escola na Cisjordânia ocupada
Redação AbrilAbril
AbrilAbril

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Os protestos desta segunda-feira (15) seguiram-se à ordem de fechamento da escola secundária de Al-Lubban, na região de Nablus (Norte da Margem Ocidental da Cisjordânia ocupada), decretada no dia anterior pelo Exército israelita.

A escola, que serve as localidades de Al-Lubban e Al-Sawiya, fica localizada junto a uma importante estrada na Cisjordânia ocupada, que liga Nablus a Ramallah. Na ordem de fechamento da escola, o Exército israelita acusou os estudantes palestinos de lançarem pedras contra as suas forças militares e colonos israelitas que passam pela estrada.

As forças israelitas usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo nos protestos contra o fechamento de uma escola na Cisjordânia ocupada

Imagem de arquivo / Abri Abril
Crianças palestinas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada

Centenas de pessoas – estudantes, habitantes da região e representantes políticos palestinos – ocuparam as ruas para protestar contra a decisão de fechar a escola. Samer Ewass, autarca de Al-Lubban, expressou à Press TV o repúdio pelo fechamento e disse que o que está em causa “é o direito das crianças palestinas à educação”.

A agência Ma’an informou que o protesto – que começou de forma pacífica – foi reprimido violentamente pelas forças israelitas, levando à eclosão de confrontos violentos nas imediações da escola e da localidade.

A mesma fonte acrescentou que dezenas de palestinos ficaram feridos, ao serem atingidos por balas de borracha e ao sofrerem os efeitos da inalação de gás lacrimogêneo. Um dos feridos é um repórter fotográfico da AFP, que foi atingido por uma granada de gás lacrimogêneo.

Direito à educação negado

O Conselho Norueguês de Refugiados lembra que as crianças nos territórios ocupados da Palestina vêem tendo negado o seu direito à educação, o que decorre, em grande medida, da política de demolição de novas escolas levada a cabo por Israel.

De acordo com este organismo, na Margem Ocidental da Cisjordânia ocupada há 55 escolas ameaçadas de demolição ou por ordens de interrupção de trabalhos emitidas pelas autoridades israelitas.

No relatório anual relativo a 2017, publicado pelo Ministério Palestino da Educação em março deste ano, registam-se inúmeros ataques do governo israelita ao sistema educativo palestino.

De acordo com o documento, citado pela Ma’an, 80.279 crianças e 4.929 professores e membros do pessoal auxiliar foram “alvo de ataques” por parte de colonos ou soldados israelitas.

Expansionismo e ocupação

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ocupados por Israel desde 1967, vivem cerca de 600 mil colonos israelitas. Apesar de serem considerados ilegais à luz do direito internacional, Israel prossegue sua política expansionista de colonização, como demonstrado num recente anúncio confirmando a construção de um novo “bairro israelita”, com 31 unidades habitacionais, na cidade de Hebron, onde vivem perto de 200 mil palestinos.

As agressões israelitas contra o sistema educacional palestino, em que se incluem demolições e o fechamento de escolas, e também ataques de colonos a infraestruturas e estudantes, fazem parte desta política de expansionismo e colonização da Margem Ocidental da Cisjordânia ocupada.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação AbrilAbril

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