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Acordo atende reivindicações e encerra greve de professores em Los Angeles

Ao fim de uma semana em greve, professores de Los Angeles aprovam acordo que atende grande parte das suas reivindicações e comemoram vitória
Redação Esquerda.Net
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Los Angeles

Tradução:

Após 6 dias em greve, os professores de Los Angeles aprovaram esta terça-feira, 22 de janeiro, por uma maioria superior a 80%, uma proposta de acordo firmada entre o sindicato Unified Teachers Los Angeles e as autoridades escolares do Los Angeles Unified School Board.

Os professores viram grande parte das suas reivindicações ser aceites após uma maratona negocial que durou toda a noite de segunda-feira na sede do município do LA, que serviu de mediador. O UTLA, em comunicado(link is external), sublinhou as conquistas: 6% de aumento salarial, introdução de limites ao tamanho das turmas, que diminuirá gradualmente nos próximos anos, garantia de pessoal em permanência nas bibliotecas, nos postos médicos e nos gabinetes de apoio psicológico, redução da carga de testes para metade, introdução de limites nos apoios às escolas privadas.

Segundo o Los Angeles Times(link is external), a greve despertou grande simpatia entre a população, que se reviu em particular na questão do tamanho das turmas e da falta de pessoal auxiliar, da qual tem experiência direta. Muitos cidadãos acorreram aos piquetes de greve com comida e marcharam com os professores nas manifestações; nas escolas cerca de 2/3 dos estudantes não compareceram às aulas, muitos juntaram-se também a ações de solidariedade com a greve, no que o jornal considerou como “uma lição de ativismo cívico” para os jovens. O mesmo jornal considera que nem todas as reivindicações foram atendidas, em particular na redução das turmas: prevê-se no acordo que sejam reduzidas um aluno por ano nos próximos dois anos, e dois alunos no terceiro ano do acordo, mas esta última redução pode depender da introdução de novos impostos.

Ao fim de uma semana em greve, professores de Los Angeles aprovam acordo que atende grande parte das suas reivindicações e comemoram vitória

Foto Wilson Pumpernickel/Flickr.
Manifestação de professores em LA

Mas entre os professores o ambiente geral era de satisfação, e alguns falavam numa vitória histórica. Uma professora primária afirmou ao LA Times: “A greve mostrou-nos que somos muito mais fortes do que pensávamos, daqui em diante não vamos deixar as coisas degradar-se”. Alex Caputo-Pearl, presidente do UTLA, considerou o acordo uma “mudança de paradigma” que subiu decisivamente as expectativas da classe docente — “Temos de mantê-las em alta e não deixar passar este momento, porque a próxima luta vem aí”.

A nível nacional, o acordo de LA teve grande ressonância. A presidente da American Federation of Teachers, segundo maior sindicato de professores, considerou(link is external) que “esta greve e o apoio que teve mudaram os termos do debate sobre a educação pública em LA e no pais”, acrescentando que “foi uma batalha pelo investimento nas escolas públicas após décadas de negligência, e embora um acordo não mude tudo, é um ponto de partida”. A National Education Association, maior sindicato de professores e de todo o país, sublinhou(link is external) o revés para a agenda privatizadora de Betsy DeVos, ministra da educação de Donald Trump: “Os bilionários por trás do crescimento das charter schools têm vindo a privatizar a educação pública e a desviar recursos dos nossos bolsos para os deles. A mensagem que os educadores de LA enviaram durante esta semana é clara: o povo não aceita os esforços em prol do projeto de Betsy DeVos para privatizar, desprofissionalizar e minar o ensino público”.

A greve de LA foi a mais recente numa vaga de greves(link is external) de professores que desde o ano passado tem vindo a varrer os EUA. E promete continuar: no mesmo dia em que os professores aprovaram o acordo em LA, os seus colegas em Denver, Colorado, decidiram(link is external)por grande maioria entrar em greve a partir da próxima segunda-feira.

Para mais informações, veja a reportagem(link is external) no programa Democracy Now.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Esquerda.Net

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