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Buhari é reeleito presidente da Nigéria, mas oposição não reconhece o resultado

Presidente se autodeclara de "centro-esquerda", mas é criticado por promover privatizações e favorecer transnacionais
Tiago Angelo
Brasil de Fato
São Paulo (SP)

Tradução:

O presidente Muhammadu Buhari, do Congresso de Todos os Progressistas (APC, na sigla em inglês), foi reeleito para um segundo mandato à frente da Nigéria. O resultado foi divulgado oficialmente nesta quarta-feira (27).

O pleito, que ocorreu no último sábado (23), foi marcado por violência e atraso de uma semana em sua realização. O segundo colocado, Atiku Abubakar, do Partido Popular Democrático (PDP, em inglês), de centro-direita, rejeitou o resultado eleitoral e declarou que apresentará um pedido de impugnação nos tribunais, alegando fraude.

Segundo dados da Comissão Eleitoral Independente da Nigéria (INEC, na sigla em inglês), Buhari foi reeleito com 56% dos votos, contra 41% de Abubakar. A diferença entre os dois candidatos foi de cerca de 3,9 milhões de votos.

Além de seu primeiro mandato, iniciado em maio de 2015, Buhari já havia dirigido o país entre dezembro de 1983 e agosto de 1985, período em que a Nigéria era comandada por um governo militar. 

A plataforma de campanha do ex-general e empresário foi baseada na promessa de combater a corrupção e de resgatar a economia local – dependente do petróleo e afetada pela desvalorização do produto a partir de 2015. 

Embora se declare de centro-esquerda, críticos apontam que, na prática, o atual presidente favorece privatizações e abre as portas do país para corporações estrangeiras. 

Presidente se autodeclara de "centro-esquerda", mas é criticado por promover privatizações e favorecer transnacionais

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Buhari já havia dirigido o país entre dezembro de 1983 e agosto de 1985, período em que a Nigéria era comandada por um governo militar

Atraso e violência

As eleições estavam previstas para ocorrer no dia 16 de fevereiro, mas o INEC anunciou o adiamento do pleito apenas cinco horas antes da abertura dos centros eleitorais. O Instituto alegou dificuldades técnicas para transportar o material eleitoral até os 120 mil postos distribuídos pelo país. 

Mesmo com o adiamento, vários postos de votação abriram com mais de três horas de atraso. Em algumas regiões, a votação precisou ser estendida até domingo (24). 

Segundo a consultoria SBM Inteligência, ao menos 39 pessoas morreram e 128 foram presas em episódios de violência relacionados à disputa eleitoral.

Edição: Daniel Giovanaz


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Tiago Angelo

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