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Embaixador palestino da ONU demanda acabar com ocupação de Israel em Gaza

Durante mais de 70 anos, os palestinos têm padecido numerosas tragédias e crises por defender sua terra, ressaltou Mansur
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Cidade do México

Tradução:

O embaixador palestino ante a ONU, Riad Mansur, demandou acabar com a ocupação de Israel que impede seu povo de conseguir o direito à independência e à livre determinação de um Estado soberano.

“Nós palestinos temos aceitado o diálogo, o caminho político e também o de resistência, mas o Governo de Tel Aviv segue agindo com má fé e se manifesta contra a solução de dois Estados”.

Assim expressa uma mensagem do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, lido por Mansur no encontro especial na ONU com motivo do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino.

Tel Aviv continua com sua política de bloqueio e isolamento contra Gaza, persiste na construção de assentamentos ilegais, utiliza a força letal contra o povo palestino, promulga legislações discriminatórias e racistas, e rouba nosso dinheiro e recursos, diz o comunicado.

Durante mais de 70 anos, os palestinos têm padecido numerosas tragédias e crises, deslocamentos forçados, são encarcerados por defender sua terra e assassinados por protestar contra a ocupação de Israel, ressaltou Mansur.

Também denunciou que os Estados Unidos continuam violando o direito internacional em apoio a Tel Aviv, porque recentemente o secretário norte-americano de Estado, Mike Pompeo, declarou que os assentamentos israelitas na Cisjordânia ocupada não contrariam o direito internacional. 

Tal pronunciamento, rechaçado pela comunidade internacional, encoraja o Governo israelita a perpetuar sua ocupação, e a continuar cometendo seus crimes e atividades de assentamento em território palestino, denunciou o embaixador. 

Os palestinos sofrem a ocupação militar mais longa da história contemporânea: por acaso não tem direito o meu povo – como o de todas as nações do mundo – a ter um Estado livre, independente e soberano? ressaltou o diplomata. 

Demandou a  garantia da prestação de contas ante os numerosos crimes de Israel. Embora o povo palestino esteja comprometido com uma ordem multilateral, não vai se render diante da opressão e da injustiça, e seguirá sua luta legítima contra a ocupação colonial e contra a negação de nossos direitos inalienáveis.

“Também queremos renovar nosso voto de gratidão e apreço a todos os que têm expressado sua solidariedade com o povo palestino e apoiam sua luta”. Por sua parte, a chefa de gabinete do secretário geral da ONU, Maria Luiza Ribeiro, lamentou que não haja avanços positivos sobre o terreno e que se mantenham as demolições e a construção de assentamentos ilegais em território palestino ocupado por parte de Tel Aviv.

Nada disto tem validade jurídica e é uma violação flagrante do direito internacional, sublinhou. 

Também recalcou a alta representante da ONU, que não há uma alternativa viável à solução de dois Estados. 

Enquanto isso, agregou, as Nações Unidas devem aumentar sua capacidade de responder às imperiosas necessidades dos palestinos, e as forças de Israel têm a responsabilidade de agir com a máxima moderação e evitar o uso da força letal. 

Enfatizou que, igualmente, a comunidade deve seguir seu apoio à Agência das Nações Unidos para os Refugiados Palestinos, que que presta una ajuda vital para milhões dessas pessoas que alertam sobre perda de renda da Palestina por ocupação israelita. 

A perda de renda da Palestina entre 2000 e 2017 devido à ocupação israelita é estimada em 48 bilhões de dólares, divulgou hoje a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

De acordo com o reporte do organismo, a cifra é três vezes o tamanho da economia palestina em 2017, e continua aumentando, o que limita severamente a capacidade desse estado para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

O informe intitulado “Custo econômico da ocupação israelita para o povo palestino: aspectos fiscais” diz que o montante compreende a perda de renda pública e pagamento de juros. 

Agregou que inclui 28 bilhões e 200 milhões de dólares em juros acumulados estimados e seis bilhões de rendas fiscais palestinas filtradas a Israel.

O custo da ocupação, considerou a análise, não só teria eliminado o déficit orçamentário palestino estimado em 17 bilhões e 700 milhões de dólares durante o mesmo período, mas que também teria gerado um superávit de quase o dobro do déficit. 

Além disso, teria aumentado mais de dez vezes o gasto de desenvolvimento do governo palestino, calculado em quatro bilhões e 500 milhões de dólares durante o lapso de tempo da revisão. 

Uma simulação do modelo da economia palestina da Unctad, sob a suposição de que os custos fiscais de 48 bilhões de dólares não se perderam, mas que foram injetados através de políticas fiscais expansivas, indica que a economia teria gerado dois milhões de oportunidades de emprego no período estudado. 

Isto equivale a uma média de 111 mil empregos a cada ano.
De acordo com o organismo, o custo fiscal é parte das perdas econômicas gerais causadas pela ocupação e consta de dois componentes: a fuga de recursos fiscais palestinos a Israel e outras perdas resultantes das políticas e medidas impostas sob a ocupação prolongada.

Não obstante, agregou, está claro que a fuga fiscal e o custo perpetuam a fragilidade fiscal do Estado da Palestina e socavam sua capacidade de planejamento e financiamento do desenvolvimento para dirigir a economia a um crescimento sustentável. 

Há poucos dias, o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, assegurou que Israel deve deter a expansão de assentamentos ilegais em território ocupado, as demolições de lares palestinos e o sofrimento na Faixa de Gaza. 

Após mais de 50 anos de ocupação ilegal por parte de Tel Aviv e de violenta repressão ao povo palestino, a situação em Gaza e na Cisjordânia piora a cada dia para a população civil, que é despojada de seus territórios ancestrais e sofre a escassez produzida pelos bloqueios israelenses, além da violenta repressão. 

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Prensa Latina

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