Comandante da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, Qassem Soleimani foi um dos principais nomes por trás da estratégia militar e geopolítica do país. A morte do general após ataque aéreo dos Estados Unidos na noite desta quinta-feira (2) simboliza uma guinada de tensão entre os dois países, mas que se reflete especialmente no Iraque, país onde o general estava quando foi morto.
Soleimani, de 62 anos, já havia sobrevivido a diversas tentativas de assassinato nas últimas décadas. Ele era o principal responsável por operações do Irã no exterior, que tinham o objetivo de aumentar, de forma silenciosa, o alcance militar do país em grandes conflitos, como os da Síria e Iraque.
Algumas autoridades, inclusive, comentavam que o general teria mais influência diplomática que o próprio ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif. Após sua morte, por exemplo, o general recebeu uma oração em rede nacional como homenagem e foi chamado de mártir.
Qassem Soleimani (Reprodução/Instagram)
A carreira de Soleimani começou nos primeiros dias após a revolução de 1979, episódio que ajudou a moldar a república islâmica do Irã. Naquela época, o militar entrou na Guarda Revolucionária Islâmica, que tinha o objetivo de proteger a nova república iraniana e reforçar seus objetivos ideológicos após a revolução de 1979.Outros episódios trouxeram relevância para a figura do comandante, como a época que sucedeu a guerra no Iraque. Depois disso, Soleimani passou a autorizar missões contra inimigos e encontrou aliados entre a maioria xiita do Iraque, que posteriormente apoiaram o Irã contra a ditadura de Saddam Hussein.Soleimani também era próximo do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, que prometeu retaliação severa aos Estados Unidos por conta da morte do aliado. O ministro Zarif também falou sobre o ocorrido e classificou o assassinato de Soleimani como “ato de terrorismo internacional dos EUA”. Ele também ressaltou que o país da América do Norte será responsável “por todas as consequências de sua aventura”.
Rare personal video of Gen. Suleimani reciting poetry shared by a source in #Iran. About friends departing & him being left behind.#قاسم_سليماني pic.twitter.com/vUX4LrkMQY
— Farnaz Fassihi (@farnazfassihi) January 3, 2020
A agência de notícia Fars News compartilhou um vídeo que mostra uma multidão em Kerman, cidade natal de Soleimani, momentos após seu assassinato pelos Estados Unidos.
?هماکنون، عزاداری و راهپیمایی مردم کرمان در پی شهادت #سردار_قاسم_سلیمانی pic.twitter.com/97ShaMxI2E
— خبرگزاری تسنیم ?? (@Tasnimnews_Fa) 3 de janeiro de 2020