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Saiba quem era o general Qassem Soleimani, militar iraniano assassinado pelos EUA

Comandante da Guarda Revolucionária do Irã, era um dos principais nomes por trás da estratégia para aumentar a ação iraniana nos conflitos de Iraque e Síria
Luisa Fragão
Revista Fórum
São Paulo (SP)

Tradução:

Comandante da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, Qassem Soleimani foi um dos principais nomes por trás da estratégia militar e geopolítica do país. A morte do general após ataque aéreo dos Estados Unidos na noite desta quinta-feira (2) simboliza uma guinada de tensão entre os dois países, mas que se reflete especialmente no Iraque, país onde o general estava quando foi morto.

Soleimani, de 62 anos, já havia sobrevivido a diversas tentativas de assassinato nas últimas décadas. Ele era o principal responsável por operações do Irã no exterior, que tinham o objetivo de aumentar, de forma silenciosa, o alcance militar do país em grandes conflitos, como os da Síria e Iraque.

Algumas autoridades, inclusive, comentavam que o general teria mais influência diplomática que o próprio ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif. Após sua morte, por exemplo, o general recebeu uma oração em rede nacional como homenagem e foi chamado de mártir.

A carreira de Soleimani começou nos primeiros dias após a revolução de 1979, episódio que ajudou a moldar a república islâmica do Irã. Naquela época, o militar entrou na Guarda Revolucionária Islâmica, que tinha o objetivo de proteger a nova república iraniana e reforçar seus objetivos ideológicos após a revolução de 1979.Outros episódios trouxeram relevância para a figura do comandante, como a época que sucedeu a guerra no Iraque. Depois disso, Soleimani passou a autorizar missões contra inimigos e encontrou aliados entre a maioria xiita do Iraque, que posteriormente apoiaram o Irã contra a ditadura de Saddam Hussein.Soleimani também era próximo do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, que prometeu retaliação severa aos Estados Unidos por conta da morte do aliado. O ministro Zarif também falou sobre o ocorrido e classificou o assassinato de Soleimani como “ato de terrorismo internacional dos EUA”. Ele também ressaltou que o país da América do Norte será responsável “por todas as consequências de sua aventura”.

A agência de notícia Fars News compartilhou um vídeo que mostra uma multidão em Kerman, cidade natal de Soleimani, momentos após seu assassinato pelos Estados Unidos.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Luisa Fragão

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