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Manter distância dos conflitos regionais é uma das prioridades do novo governo Libanês

A curto prazo, o governo deve enviar um sinal claro à comunidade internacional sobre combate à corrupção, desperdício de recursos públicos e redução do déficit
Armando Reyes Calderín
Prensa Latina
Líbano

Tradução:

Resolver a crise econômica e manter-se dissociado dos conflitos regionais são as prioridades do governo no Líbano, concordam hoje em assinalar analistas locais.

O recém empossado executivo deve começar a promulgar reformas chave e a estimular a comunidade internacional e árabe a aportar ajuda financeira, disseram.

A pior crise econômica e financeira em décadas constitui o maior desafio do gabinete liderado pelo professor universitário que se tornou primeiro ministro, Hassan Diab.

Com uma equipe governamental de 20 especialistas alheios a partidos políticos, Diab tem mínimas oportunidades de recuperar a confiança dentro e fora do país, consideram os observadores.

“O desafio mais importante passa por solucionar a crise econômica, social e financeira”, indicou o professor de ciências políticas da Universidade Americana de Beirute, Simon Haddad.

A curto prazo, o governo deve enviar um sinal claro à comunidade internacional sobre combate à corrupção, desperdício de recursos públicos e redução do déficit

Prensa Latina
O primeiro ministro, Hassan Diab

A curto prazo, o governo deve enviar um sinal claro à comunidade internacional sobre combate à corrupção, desperdício de recursos públicos e redução do déficit orçamentário, acrescentou.

Haddad indicou a necessidade de um programa para tranquilizar os rentistas e aliviar as restrições às retiradas e transferências bancárias.

Em meio a uma crise de liquidez, há restrições em um nível sem precedentes para a extração de divisas e remessas ao exterior.

A escassez influiu em um aumento da taxa cambial para quase 40% do valor dos dólares estadunidenses no mercado paralelo com relação à libra libanesa.

Da mesma forma, deslocou o esquema dos importadores que, para comprar produtos, precisam do bilhete verde, mas seus bolsos se ressentem, visto que sua aquisição tornou-se mais difícil e cara.

Por esse motivo, há falta de medicamentos e outros artigos, enquanto os comerciantes se defendem aumentando os preços e, portanto, afetando as economias dos cidadãos mais simples.

O professor associado da Universidade Libanesa Americana, Imad Salamey, insiste em que o governo esteja dissociado dos conflitos regionais e alinhado aos interesses dos estados árabes.

“… é necessário recuperar a confiança interna e externa com fortes medidas anticorrupção e um plano integral para sanear os principais setores públicos, especialmente energia e água”, afirmou.

Salamey enfatizou que devem ser realizadas eleições antecipadas para eleger um Senado e uma Câmara de Deputados integrada por não profissionais.

Enquanto isso, para o analista político Kassem Kassir o governo de Diab deve esforçar-se por resolver a situação econômica e financeira, reduzir o déficit orçamentário, restabelecer a confiança no setor bancário e impulsionar o setor elétrico em crise.

Também deve manter o Líbano afastado das alianças regionais, fortalecer as relações com os países árabes e a comunidade internacional, insistiu.

*Armando Reyes Calderín é correspondente de Prensa Latina no Líbano

**Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

***Tradução: Beatriz Cannabrava

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Armando Reyes Calderín

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