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China repudia limite à imprensa nos Estados Unidos e anuncia contramedidas

As duas potências vivem momentos de forte fricção relacionado a esta questão, desde o mês passado
Redação Prensa Latina
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Pequim

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A China repudiou hoje e qualificou de opressão política a decisão dos Estados Unidos de limitar a 100 o pessoal de cinco meios chineses de imprensa e advertiu que se reserva o direito de reciprocidade com contramedidas.

Zhao Lijian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, denunciou que a ação anunciada nesta segunda-feira pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, evidencia a mentalidade de Guerra Fria de Washington e a continuação de obstáculos ao trabalho cotidiano dos repórteres chineses em solo estadunidense.

A medida se soma à recente classificação como missões estrangeiras os escritórios da agência Xinhua, a televisão CGTN, a estação China Radio International e os jornais China Daily e Diário do Povo.

Assim, a Casa Branca os obriga a seguir as mesmas regras que devem ser observadas pelas embaixadas e consulados e foi justificada sob o argumento de que os meios de comunicação são controlados pelo Governo da China.

As duas potências vivem momentos de forte fricção relacionado a esta questão, desde o mês passado

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Zhao Lijian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China

Zhao afirmou que os escritórios da imprensa chinesa nos Estados Unidos sempre ofereceram cobertura informativa de maneira imparcial, objetiva, veraz e apegada à verdade, mas, além disso, facilitaram a comunicação, intercâmbios culturais e entendimento entre ambos povos. Qualificou a ação estadunidense como uma traição à liberdade de imprensa, uma demonstração de hegemonia e um golpe nas relações bilaterais.

O porta-voz negou as acusações sobre a restrição à quantidade de correspondentes estadunidenses na China e as alegados obstáculos à concessão de vistos a representantes da mídia estadunidense. Também condenou o tratamento injusto e discriminatório contra os repórteres chineses, depois de esclarecer que mo território da China operam 29 meios de comunicação dos Estados Unidos, enquanto nos EUA operam apenas nove meios chinesas de imprensa com permissão para um só ingresso no país.

“Os Estados Unidos foram o primeiro a romper as regras e a China tem que responder”, concluiu Zhao, ao advertir sobre contramedidas.

Às duas potências vivem momentos de forte fricção relacionado a esta questão, desde o mês passado.

Pequim protestou e revogou as credenciais de imprensa de três correspondentes do diário Wall Street Journal que até o momento não teria pedido desculpas, nem investigado os responsáveis pelo material “jornalístico” intitulado “A China, o verdadeiro enfermo da Ásia”, cujo conteúdo causou indignação por seu enfoque depreciativo.

A expressão “o enfermo da Ásia” foi utilizada de forma depreciativa no final do século XIX e princípio do século XX para referir-se ao país asiático, num contexto no qual a China sofria com divisões internas e tentativas de colonização pelas potências ocidentais, que a forçaram a assinar uma série de tratados para obter concessões comerciais.

O limite de pessoal jornalístico faz parte das ameaças lançadas por Pompeo em meio a um novo conflito que tensiona as complexas relações entre as duas principais economias do mundo.

Redação Prensa Latina

Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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