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ToggleDurante uma entrevista conduzida por Michael Brooks para o Michael Brooks Show, transcrita e publicada na Jacobin, Chomsky fala sobre o movimento antirracista na América e sobre o governo de Donald Trump, o “ditador de lata” que odeia e tem medo da democracia.
Sobre o movimento que inundou o país após a morte de George Floyd e Breonna Taylor, Chomsky afirmou que “a primeira coisa que vem à mente é a extensão e a escala absolutamente sem precedentes de mobilização, envolvimento e apoio público”.
O intelectual estadunidense destacou ainda que em causa não estão apenas os assassinatos cometidos pela polícia, e que a população começa a preocupar-se, a questionar e a protestar contra os fatos que dão origem a este tipo de situações. Esta evolução na consciência bebe, de acordo com Chomsky, de muitos anos de “ativismo intensivo”.
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“Trump é o pior criminoso da história, inegavelmente. Nunca houve uma figura na história política que se dedicasse tão apaixonadamente a destruir os projetos da vida humana organizada na Terra num futuro próximo”, frisou o ativista.
Foto de Andrew Rusk / Wikimedia Commons
O intectual estadunidense Noam Chomsky
Aquecimento Global
“Não é um exagero. As pessoas agora estão focadas nos protestos; a pandemia é grave o suficiente para emergirmos dela a um custo terrível. O custo é bastante ampliado pelo gângster da Casa Branca, que matou dezenas de milhares de estadunidenses, tornando a América no pior lugar do mundo [no que respeita ao coronavírus]. Vamos sair da pandemia, mas não vamos sair de outro crime que Trump cometeu, o aquecimento global. O pior está por vir – não vamos sair disso”, alertou Chomsky.
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O analista político acusou Trump de querer “escalar a crise, correr em direção ao abismo, maximizar o uso de combustíveis fósseis, incluindo os mais perigosos, e desmantelar o sistema regulatório que limita o seu impacto”.
“Não há crime como este na história da humanidade. Nada. Este é um indivíduo único. E não é como se ele não soubesse o que está fazendo. Claro que sim. É como se não se importasse. Se pode arrecadar mais lucros nos seus bolsos e nos bolsos do seu rico círculo eleitoral amanhã, por que terá que se preocupar se o mundo desaparecer em algumas gerações?”, continuou.
Chomsky assinalou que Trump, o “ditador de lata” que tem um “profundo ódio e medo à democracia”, conjuga “os piores aspectos do capitalismo, particularmente da versão neoliberal, e está a amplificá-los”.
A par da crise climática e da contribuição de Trump, o intelectual estadunidense fez ainda referência ao fato do magnata estar desmantelando todo o sistema de controle de armas.
Gestão da Pandemia
No que diz respeito à forma como Trump lidou com a crise pandêmica, Chomsky lembrou que, em janeiro de 2017, “o destruidor entrou em ação” e que, nos primeiros dias do seu governo, o presidente estadunidense “desmantelou todo o sistema de saúde capaz de responder a uma pandemia”. Entretanto, enquanto outros países procuraram combater a Covid-19, Trump recusou-se a reagir.
Noam Chomsky criticou o sistema de saúde estadunidense, em que não há uma cama de hospital extra porque é necessário “garantir que os CEO’s [presidentes executivos] dos hospitais privados recebam milhões de dólares por ano em remuneração”. “Os lares de idosos, de propriedade privada, são reduzidos a um funcionamento mínimo porque podemos ganhar mais dinheiro dessa forma se formos uma empresa de capital privado que os possui”, acrescentou.
De acordo com o intelectual, os “crimes menores” de Trump, “o pior criminoso da história da humanidade”, são “destruir a democracia estadunidense e ampliar uma pandemia”. “Mas esses são crimes menores para os seus padrões”, ressaltou.
Chomsky deixou também uma referência sobre o Brasil, assinalando que Bolsonaro é um “fanático de extrema-direita que está destruindo o país” e se vê “como uma espécie de clone de Trump”.
Redação Esquerda.Net
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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