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Propostas de Biden não resolverão problemas mundiais, mas representam alívio

Corrida eleitoral pela Presidência da República nos Estados Unidos, expõe duas maneiras de ver a teoria de Monroe “América para os Americanos”
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

A corrida eleitoral pela Presidência da República nos Estados Unidos, expõe duas maneiras de ver a teoria de Monroe “A América para os Americanos”. Claro, nos dois casos, sempre entendendo que os americanos são os viventes nos Estados Unidos, e com supremacia dos homens brancos que por lá concentram as riquezas.

Mesmo com essa visão semelhante, há diferenças no tratamento das propostas de governo. 

Biden está propondo o aumento dos gastos públicos para incentivar a produção nacional e explicita que a participação da classe média na economia é indispensável e que aumentará os impostos sobre a fortuna. 

Algo considerado como impensável para o Brasil pelos bilionários locais representados no governo Bolsonaro-Guedes.

Corrida eleitoral pela Presidência da República nos Estados Unidos, expõe duas maneiras de ver a teoria de Monroe “América para os Americanos”

Reprodução: Flickr
O candidato dos democratas Joe Biden

Biden se compromete a recuperar as políticas de relações internacionais dos Estados Unidos, revigorando a classe média, o direito a saúde e as preocupações ambientais. Pelo menos no discurso, nos tempos de Obama estas propostas tiveram seus espaços para o debate.

O atraso dos Estados Unidos no tratamento da saúde pública encontra em Biden a reativação do Obamacare, no qual se propões que 97% dos estadosunidenses tenham cobertura de saúde, com especial atenção aos idosos. Atualmente os custos do tratamento de saúde nos Estados Unidos são abusivos e proibitivos. E quem diria que o nosso SUS, ainda que de forma arremedada é referência para os Estados Unidos.

Biden defende uma economia que se utilize de energia limpa, retornando os Estados Unidos ao Acordo Climático de Paris. Essa decisão será de grande importância nos cuidados com o Planeta.

Outra promessa de Biden é garantir o salário mínimo nos Estados Unidos para pelo menos 15 dólares por hora de trabalho.

Importante sua preocupação com a escalada do armamento mundial que ele considera “uma pandemia”. Aparentemente deixará de ter o apoio dos fábricantes de armas, ao exigir a checagem dos antecedentes criminais de todas as pessoas que pretendam comprar armas, não permitindo mais a venda online de armas e munições.

Essas propostas se não resolvem os problemas que atualmente são enfrentados pelos Estados Unidos, por outro lado, fortalecem as bases das sociedades locais. 

Acabar com a pena de morte e descriminalizar o uso da maconha se operacionalizadas, tais propostas dariam um novo rumo para a vida nos Estados Unidos, especialmente da classe média e dos mais empobrecidos pela era Trump.

Biden conseguirá colocar em marcha tais ações ?

Tudo isso, é muito diferente das ações de Trump que contou com o forte apoio dos estadunidenses, agora, em grande parte arrependidos. Afinal, Trump não soube lidar com a pandemia do coronavírus e hoje, os Estados Unidos caracterizam o país que coleciona muitas mortes pelo coronavírus, mais de 210 mil. 

Não se guarda ilusões de que Biden trará muitos benefícios para a vida mundial. Ele é um homem considerado… normal, apenas uma “pessoa muito legal”. Um bom velhinho, em eleição que mais parece um plebiscito entre as atrocidades do governo Trump e a visão dos estadosunidenses que querem uma vida sem muitas surpresas. Biden pode representar essa estabilidade com experiência, pelo fato de ter sido vice presidente na era Obama?

Tais propostas não resolverão os grandes problemas mundiais e nem levarão o mundo às transformações necessárias. Mas, poderão representar um alívio para tantas tensões vividas nestes momentos. Afinal o que acontece nos Estados Unidos tem grande repercussão mundial. 

Abordar estes assuntos em uma coluna política que se coloca as esquerdas, não significa que se guardam muitas ilusões em relação à Biden. Ele não transformará o mundo para sociedades desejadas que sejam justas e equânimes. Devemos sempre nos lembrar do discurso que prevalece “A América para os Americanos”, dos Estados Unidos.

Claro, se o candidato para enfrentar Trump fosse Bernie Sanders que se considera socialista, seriam mais confiáveis os avanços em direção às novas relações humanas e internacionais para o Mundo com os Estados Unidos e vice versa. 

Nos casos das eleições municipais do Brasil, guardam-se diversas dessas relações dos embates Trump-Biden com o enfrentamento de Bolsonaro versus oposições.

As propostas apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores no Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, em muito fazem o mesmo sentido na abordagem. Mesmo não sendo uma disputa pelo governo central, mas pode-se avaliar que as oposições farão progressos eleitorais contra o mesmo atraso representado por Trump com todos os seus efeitos adotados pelas forças bolsonaristas. 

Temos assistido a incompetência no tratamento da pandemia do coronavírus com a contaminação e óbito de milhares de pessoas; uma economia destroçada nas relações internacionais e na retirada de direitos trabalhistas para as classes subalternas; o calamitoso número de desempregados; as políticas que estimulam a violência e o ódio entre brasileiros causando rompimentos até mesmo dentro das famílias.  O governo Bolsonaro nunca foi um governo que estimula as relações familiares, mas se situa no incentivo à malandragem para proteger os mais próximos.

Esse nunca se constituiu em um governo que tenha Deus Acima de Tudo e de Todos.

O governo de Bolsonaro tem ajudado Trump a implantar: A América para os Americanos… ricos e dos Estados Unidos. Em nada tem representado benefícios para os setores subalternos e empobrecidos do Brasil.

Até onde os brasileiros estarão dispostos a ser os defensores dos interesses da política de Trump para favorecer os bilionários e o ódio nos Estados Unidos? Para isso tem servido as políticas nacionais e internacionais do Brasil de Bolsonaro apoiadas pela subserviência de veículos da grande imprensa que atuam em nosso País.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Claúdio di Mauro

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