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Enquanto Trump gritava, China se equipou com armas e tecnologia para ser potência mundial

Em três anos, chineses desenvolveram marinha de guerra maior do que a da França e está construindo ilhas artificiais com armas capazes de destruir porta-aviões
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Xi Jinping, à frente de um partido de 90 milhões de membros, é indiscutivelmente o grande líder empenhado na reconstrução do Império do Meio. 

É inevitável, não há como deter como fez o império britânico e seus aliados ocidentais há dois séculos. O que era aquela China camponesa é hoje indiscutivelmente a maior potência industrial e consumidora do mundo.

A Nova Ordem Econômica já está. Só não admitem os néscios que, como Trump e Bolsonaro, continuam achando que podem derrotar o mundo no grito, com dinheiro e porta-aviões. A nova rota da seda envolvendo 60 países, é a locomotiva dessa Nova Ordem Econômica.

Em três anos, chineses desenvolveram marinha de guerra maior do que a da França e está construindo ilhas artificiais com armas capazes de destruir porta-aviões

Governo da China
Xi Jinping, à frente de um partido de 90 milhões de membros, é indiscutivelmente o grande líder empenhado na reconstrução do Império do Meio

Em cada país, ao longo dessa nova rota da seda, são 30 ou 40 anos de parceria com a China em projetos de infraestrutura. 

Rússia, Índia, China, Paquistão, Irã, Turquia, deixam de ser rivais e entendem a falta de sentido na submissão aos interesses do Ocidente.

Trumpices

Trump, ao discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, chamou a Covid-19 de vírus da China e conclamou o mundo a combater o inimigo comum. E não desiste. 

Na semana seguinte, mandou Mike Pompeu, seu secretário de Estado, ao Japão para se reunir com os chanceleres de Austrália, Marise Payne, Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e do Japão, Toshimitsu Motegi. O objetivo é tentar proibir que esses países se envolvam com os avanços tecnológicos da China.

Foi uma declaração de guerra e agora tenta reunir aliados para seu lado. A questão, como sempre em todas as guerras, não é política nem ideológica, é econômica. Os EUA não se conformam em estar perdendo a hegemonia. 

Ex-potência

Os EUA seguem o  rastro do ex-império colonial britânico. Países que têm o inglês como língua oficial (Paquistão, Índia…) e países ocidentalizados como Canadá, Austrália e Nova Zelândia. 

Vai tentar impor bloqueios, sanções, veto à compra de produtos, mas os únicos que serão afetados serão os próprios países aderentes. 

China, Rússia e os países da Rota da Seda se bastam. O veto a novas tecnologias levou a China a investir mais e hoje está, sem dúvida, mais adiantada que os Estados Unidos. 

Corrida bélica

China e Rússia estão com os armamentos mais sofisticados do mundo, o que tornam inúteis as seis frotas dos estadunidenses e de seus aliados.

Veja o caso da barreira anti-míssil projetada pelos Estados Unidos para ser estendida nos países que fazem fronteira com a Rússia, nem todos da OTAN. A resposta inteligente surgiu rapidamente: o míssil Tsirkon, hipersônico, Max 9, abatem os caças Mx2 dos EUA e da OTAN

Porém, os Estados Unidos ainda têm a maior força bélica. Velha, pesada, cara, sobretudo cara. 

A China, em três anos, desenvolveu uma marinha de guerra maior do que a da França e está construindo ilhas artificiais e submarinos robôs com armas capazes de destruir um porta-aviões. 

Do outro lado da fronteira terrestre, a Rússia, aliada estratégica, também está com armamentos de última geração.

Isso é importante. Quem é que vai arriscar-se a enfrentar essa máquina de guerra?


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1967. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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