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Além do Acordo de Paris: Saiba quais foram os primeiros passos de Biden na Casa Branca

"Muito para reparar... restaurar... aliviar... construir..." declarou Biden em seu discurso e prometeu proceder urgentemente com estas tarefas
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

“Vamos trabalhar de imediato”, declarou o presidente Joe Biden e na estreia de seu governo começou a promover não só sua massiva proposta que apresentará ao Congresso para enfrentar a pandemia e o desastre econômico do país, mas assinou a primeira rajada de ordens executivas que emitirá em seus primeiros 10 dias na Casa Branca para reverter o legado de seus antecessor e para começar a tomar o timão de um país que naufraga em um mar de múltiplas crises. 

“Muito para reparar… restaurar… aliviar… construir…” declarou Biden em seu discurso e prometeu proceder urgentemente com essas tarefas. Hoje assinou 17 ordens executivas, proclamações e memorandos que abordam as quatro crises que identificou como as mais urgentes: a pandemia, a econômica, a da mudança climática e a da injustiça racial.

Estas incluíram ordens para reingressar no Acordo de Paris sobre mudança climática, anular o processo de retirada da Organização Mundial da Saúde, restabelecer entidades para a coordenação da luta contra a Covid-19, a anulação de proibição a viajantes a países muçulmanos e outras medidas com o objetivo de “reverter os danos mais graves” causados ao país por Trump. 

Além da ordem sobre o acordo de Paris, também impôs as primeiras medidas para reverter políticas de seu antecessor no aspecto ecológico, que contempla uma moratória sobre contratos de exploração de hidrocarbonetos na zona de refúgio do ártico, anula a autorização para construir e usar o oleoduto conhecido como Keystone XL -a oposição a este projeto foi encabeçada por indígenas e uma coalizão de aliados. 

"Muito para reparar... restaurar... aliviar... construir..." declarou Biden em seu discurso e prometeu proceder urgentemente com estas tarefas

La Jornada
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden.

Outra ordem foi a imposição de uma norma que requer o uso obrigatório de máscaras e sadia distância em todas as entidades e instalações federais e por todo funcionário de governo. Embora tenha evitado estabelecer uma ordem para o uso obrigatório de máscara para toda a nação – já que isso provavelmente provocaria uma longa disputa legal – instou a todos os estadunidenses a usá-las durante os próximos 100 dias, entre outras medidas para mitigar a pandemia. 

Ao mesmo tempo, impulsionou medidas para ajudar aos afetados por consequências econômicas da pandemia, incluindo a extensão de uma moratória federal a despejos e ao pagamento de hipotecas federais até o fim de março, e uma suspensão de pagamentos sobre dívidas estudantis até o fim de setembro. 

Em outro rubro, firmou uma ordem obrigando a toda agência federal a considerar a “equidade” racial em programas de governo, e reverter práticas discriminatórias de todo tipo, como um primeiro passo para enfrentar o “racismo sistêmico” das instituições estadunidenses, afirmam seus assessores. 

Outra ordem estabelece que o governo federal não discriminará por orientação sexual ou identidade de gênero. 

Biden indicou, em comentários a meios na Casa Branca que “estaremos firmando um número de ordens executivas nos próximos dias…são pontos de início…” e disse que também se procederá com projetos de lei e mais para enfrentar as crises padecidas pelo país.

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

   

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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