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Ex-coordenadora médica do governo Trump diz que mais de 400 mil mortes por Covid podiam ter sido evitadas

Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle de Doenças adverte de fatalidade iminente ante nova onda de contágio pelo Covid-19
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

A ex-coordenadora médica contra a Covid-19 do governo de Donald Trump sugeriu que mais de 400 mil mortes na pandemia poderiam ter sido evitadas com uma resposta efetiva do ex-ocupante da Casa Branca, enquanto a diretora dos Centros de Controle de Enfermidades (CDC) alertou sobre uma “catástrofe iminente” se não foram redobrados os esforços de prevenção ao aparecer um novo brote de casos na pandemia. 

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O presidente Joe Biden advertiu que poderiam ser perdidas as conquistas diante da pandemia porque “as pessoas estão deixando de tomar precauções” e apelou a governadores e prefeitos que emitam novas ordens para o uso de máscaras como “um dever patriótico” e recomendou que os estados brequem seus esforços de abertura.  

Também anunciou que todos os adultos serão vacinados a partir de 19 de abril (ou seja, já não haverá limitações de idade ou condições médicas).

Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle de Doenças adverte de fatalidade iminente ante nova onda de contágio pelo Covid-19

Twitter | Reprodução
"As pessoas estão deixando de tomar precauções"

Advertência para uma quarta onda da pandemia

Umas horas antes, na mesma Casa Branca, a doutora Rochelle Walensky, diretora do CDC, expressou alarme diante de uma possível quarta onda de Covid.

Afirmando que embora haja muitas razões para ter esperança, “neste momento estou assustada” e há elementos para “sentir uma catástrofe iminente” diante de novos rebrotes de contágio em várias partes do país. 

Aconselhou que se mantenham as medidas de mitigação e que todos se vacinem logo que possam com o fim de “que todos os que queremos estejam aqui quando se acabe essa pandemia”

Embora a distribuição e a aplicação de vacinas tenham sido incrementadas dramaticamente chegando a uma média de até 2,7 milhões por dia, continuam sendo registrados novos casos de Covid em vários estados, com um incremento entre 40 e 60% só nas últimas duas semanas.  

O país já superou os 30 milhões de casos, com quase 5 mil a mais por dia, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Quase 550 mil estadunidenses morreram de Covid. 

A maioria dessas mortes poderia ter sido evitada, sugeriu a doutora Deborah Birx, a coordenadora da resposta à Covid da Casa Branca de Trump.

Em entrevista à CNN no fim de semana, Birx pareceu indicar que mais de 400 mil dessas mortes poderiam ter sido mitigadas ou evitadas se o governo de Trump tivesse implantado uma resposta mais efetiva à crise de saúde pública.

“Eu o vejo desta maneira: na primeira vez tivemos uma escusa, havia como cem mil mortes nessa primeira onda. Todas as demais, para meu pesar, poderiam ter sido mitigadas ou reduzidas substancialmente”. – Deborah Birx

No mesmo programa, o doutor Anthony Fauci, o maior especialista sobre doenças contagiosas dentro do governo, comentou que as exigências de Trump de reabrir a economia contra as recomendações da comunidade científica, foram sentidas por ele como “um golpe do peito”

David Brooks, colaborador de La Jornada em Nova York

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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