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EUA têm “obrigação moral” de compartilhar vacinas e suprimentos de coronavírus com todo o mundo, diz conselheiro de Biden

Democratas progressistas pressionaram o presidente a endossar uma ampla renúncia de todas as proteções de propriedade intelectual
Doug Palmer
Carta Maior
São Paulo (SP)

Tradução:

Os Estados Unidos disseram na quarta-feira (5) que apoiam a renúncia às valiosas patentes e outras proteções à propriedade intelectual para vacinas contra a Covid-19 para ajudar a expandir a produção de vacinas que salvam vidas em todo o mundo.

“Esta é uma crise global de saúde, e as circunstâncias extraordinárias da pandemia de Covid-19 requerem medidas extraordinárias”, disse a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, em um comunicado anunciando a mudança de posição.

A decisão é uma vitória para os democratas progressistas que pressionaram o presidente Joe Biden a endossar o apelo da Índia e da África do Sul para uma ampla renúncia a todas as proteções à propriedade intelectual para vacinas, terapêuticas e diagnósticos Covid-19.

O anúncio “é um passo crítico na luta contra a Covid-19 e será um divisor de águas na corrida global para colocar as vacinas entre as armas e salvar vidas”, disse o deputado Earl Blumenauer em comunicado. “O que está acontecendo na Índia agora deixou claro que o tempo é essencial.”

Democratas progressistas pressionaram o presidente a endossar uma ampla renúncia de todas as proteções de propriedade intelectual

BAFA
Os Estados Unidos disseram na quarta-feira (5) que apoiam a renúncia às valiosas patentes.

O democrata de Oregon elogiou Tai por ajudar a “pressionar nosso país para tomar a decisão justa de colocar a saúde global acima dos lucros da Big Pharma [grandes empresas farmacêuticas]. Com milhões de vidas em jogo, não há dúvida de que é a coisa certa a fazer não apenas pelo nosso país, mas pelo mundo inteiro.”

Mas a Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, o principal grupo da indústria, criticou a decisão.

“Essa decisão semeará a confusão entre parceiros públicos e privados, enfraquecerá ainda mais as cadeias de fornecimento já tensas e promoverá a proliferação de vacinas falsificadas”, disse o presidente e CEO do grupo, Steve Ubl, em comunicado.

Pouco antes do anúncio, o principal conselheiro médico de Biden, Anthony Fauci, disse em uma entrevista que os EUA têm a “obrigação moral” de compartilhar vacinas e suprimentos de coronavírus com todo o mundo para acabar com a pandemia.

Fauci, funcionário de longa data na área de doenças infecciosas do governo federal, disse ao político que ele apoia a renúncia às patentes de vacinas de gigantes farmacêuticas para que outros países possam produzir versões genéricas das vacinas. Mas ele advertiu que fazê-lo não seria uma solução rápida para a crise atual, incluindo casos crescentes e mortes na Índia.

*Publicada originalmente em Politico | Tradução de César Locatelli


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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