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Empresa que negociou propina com governo Bolsonaro é investigada nos EUA por fraude na venda da AztraZeneca

A empresa sueco-britânica e produtora da AstraZeneca emitiu um comunicado a todos os governos do mundo para não negociarem com terceiros, pois, não estão autorizados
Marcelo Hailer
Revista Fórum
São Paulo (SP)

Tradução:

A empresa Davati e seu CEO Herman Cardenas, que estão no centro do novo escândalo de corrupção do governo Bolsonaro, estão sendo investigados pelos governos do Canadá e dos EUA por terem oferecidos milhares de vacinas em nome da AstraZeneca.

O escândalo veio à tona quando o líder da Nação Cree James Smith (JSCN), Wally Burns, tornou público que estava negociando a compra de 6 milhões de doses da AstraZeneca, independente do governo do Canadá.

Mas, logo a notícia tornou-se pública, o governo do Canadá e a própria AstraZeneca foram à público lançar dúvidas sobre tal compra. A porta-voz da AstraZeneca, Mary-Anne Cedrone, afirmou que há pessoas e empresas oferecendo o imunizante em nome da farmacêutica, mas que eles só negociam diretamente com os governos.

A empresa sueco-britânica e produtora da AstraZeneca emitiu um comunicado a todos os governos do mundo para não negociarem com terceiros, pois, não estão autorizados

Montagem Diálgos do Sul
Herman Cardenas, que está no centro do novo escândalo de corrupção do governo Bolsonaro, estão sendo investigados pelos governos dos EUA

Cedrone também informou que a empresa sueco-britânica e produtora da AstraZeneca emitiu um comunicado a todos os governos do mundo para não negociarem com terceiros, pois, não estão autorizados.

Dessa maneira, o líder do povo originário, após as declarações da AstraZeneca, afirmou que estava tratando diretamente com a farmacêutica. A empresa negou.

O governo do Canadá disse que o tipo de compra que Burns disse que estava fazendo é permitido pelo governo federal do Canadá, que depois arcaria com as despesas, porém, a Ministra Federal de Serviço Público e Compras Anita Anand revelou que a AstraZeneca só negocia com governos e a farmacêutica afirmou que os seus estoques para 2021 estão esgotados.

Porém, uma investigação levou a uma oferta feita para a Federação das Nações Indígenas (FSIN) que foi feita pela empresa texana Davati Medical Supply, com a qual Burns afirmou ter mantido contato com um intermediário chamado Herman Cardenas.

Segundo Burns, nas tratativas com a Davati foi prometido para a suposta venda de seis milhões de doses da vacina AstraZeneca a um custo de US $ 3,50 por dose, ou US $ 21 milhões no total. De acordo com um relatório da CBC no início desta semana, o FSIN recentemente pediu à Indígena Services Canada por US $ 21 milhões para concluir a compra.

Procurado pela imprensa, Cardenas confirmou o contato com a federação indígena. “Esse (documento) veio da nossa empresa. Estamos discutindo com o grupo. Não estamos comprometidos com nenhum valor específico ou com o pedido ainda”, disse o CEO do Davati Group, Herman Cardenas.

Questionado como a Davati facilitaria a venda entre a AstraZeneca e grupo, Herman Cardenas se recusou a falar.

Algumas descobertas levantam ainda mais desconfianças sobre idoneidade da empresa texana Davati: Os registros fiscais e comerciais do Texas dizem que a Davati Medical Supply foi constituída em junho de 2020. Seu endereço está listado em um parque empresarial em Round Rock, uma cidade perto de Austin, e seu site a descreve como uma divisão do Grupo Davati, que aparentemente se especializou em melhoria imobiliária.

Após a AstraZeneca ter reafirmado que a empresa não tinha autorização para realizar negociações da vacina, Herman Cardenas permaneceu em silêncio e não mais falou com a imprensa canadense e estadunidense.

O Departamento Americano de Segurança interna afirmou que está investigando a empresa por fraude ativa envolvendo a venda de vacinas contra a Covid-19.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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