O presidente espanhol, o socialista Pedro Sánchez, decidiu, nesta terça-feira (29), com o mandatário catalão recém eleito, o independentista Pere Aragonés, “reativar o diálogo” entre ambos os governos para encontrar uma solução ao conflito político que persiste na região.
Sánchez e Aragonés se reuniram em Madri depois que o governo espanhol indultou políticos catalães separatistas que cumpriam pena por sua participação na falida declaração da independência da Catalunha de 2017, mas também com um resolução do Tribunal de Contas, que reclama uma fiança de mais de 5,4 milhões de euros a 41 líderes catalães que integraram uma “rede exterior” de 2011 a 2017 para prover a secessão.
Entre os líderes independentistas que deverão pagar a fiança, sob o risco de sofrer o embargo de seus bens, estão os ex-presidentes Carles Puigdemont e Artur Mas, o ex-vice-presidente Oriol Junqueras e o ex-conselheiro Raúl Römeva.
Crônica Global
Pedro Sánchez cumprimenta Pere Aragonès na reunião de Pedralbes, sob o olhar de Quim Torra / CG
Aragonés se converteu recentemente no primeiro presidente da Generalitat de Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), após as eleições autonômicas do passado 14 de fevereiro, depois de uma difícil negociação com outros dois partidos independentistas, Junts per Catalunya (JxCat) e os anticapitalistas de Candidatura de Unidad Popular (CUP).
Sánchez recebeu Aragonés na escalinata da casa de governo espanhol, o Palácio de La Moncloa antes de manter uma reunião de duas horas na qual decidiram reativar o diálogo, com vistas a resolver o conflito na Catalunha. Aragonés solicitou uma lei de anistia que anule as condenações dos políticos julgados pelo Tribunal Supremo e que se levante a ordem de captura dos líderes catalães refugiados em outros países, entre eles Puigdemont.
Sánchez e Aragonés resolveram criar um grupo de trabalho no qual se abordará o atual Estatuto de Autonomia da Catalunha e se negociarão os investimentos que serão feitos pelo Estado na região, sobretudo em infraestrutura e em políticas sociais para paliar a crise econômica e sanitária provocada pela pandemia do coronavirus. Nesse ponto serão negociados os fundos que procedem da União Europeia (UE), que apenas no primeiro pacote superarão os 70 bilhões de euros.
Ao sair do encontro, Aragonés reconheceu que sua postura e a de Sánchez estão distantes quanto à independência da Catalunha, sobretudo pela recusa de Madri a um referendo vinculante sobre a secessão. A possibilidade de um processo assim não está contemplada na Constituição espanhola, motivo pelo qual seria necessária uma reforma. Os mandatários coincidiram em aprofundar o “diálogo” e a “negociação” para encontrar uma saída.
Armando G. Tejeda, Correspondente de La Jornada em Madri
La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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