Pesquisar
Pesquisar

Aliados da Rússia aprovam declaração que impede bases dos EUA contra Afeganistão

A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) é composta por Rússia, Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão
Juan Pablo Duch
Diálogos do Sul Global
Moscou

Tradução:

A situação no Afeganistão gera novos riscos e desafios para os países membros da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), que obrigam a tomar medidas urgentes, apontou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao participar por videoconferência no reunião de cúpula que reuniu em Dushambé, a capital do Tajiquistão, os governantes dos outros cinco países ex-soviéticos que a integram.

Sem apoio popular, Talibã nunca teria ganhado força para retomar poder no Afeganistão

Para Putin, que se desculpou por não poder assistir devido à opção que tomou de isolar-se uns dias já que, disse, dezenas de pessoas de seu entorno contraíram Covid, “pela retirada precipitada do Afeganistão, para dizer em termos amáveis, dos Estados Unidos e seu aliados, hoje mais do que nunca é necessária a mais estreita coordenação e coesão dos países da OTSC”, da qual formam parte – junto com a Rússia – Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.

Disso falaram na quarta-feira anterior, também em Dushambé, os secretários de segurança nacional e os titulares de Relações Exteriores e de Defesa dos países membros, que além de reiterar que estão preparados para rechaçar qualquer eventual agressão desde o Afeganistão, estiveram de acordo com a proposta russa de não provocar para evitar que o Talibã tenha pretextos para não cumprir o compromisso de não incursionar além de sua atual fronteira.

A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) é composta  por Rússia, Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão

Montagem Diálogos do Sul
Os lideres da OTSC tem demonstrado grande preocupação com a situação no Afeganistão

Nesse sentido, após enumerar os riscos que representa para os países vizinhos a troca de governo no Afeganistão, curiosamente sem mencionar no documento nem um só vez por seu nome o Talibã, os seis membros do OTSC aprovaram uma declaração conjunta que, na prática, significa que os Estados Unidos e seus aliados não poderão ter nenhuma base militar pelo menos nas três repúblicas ex-soviéticas da Ásia Central.

Do desenvolvimento econômico a nova Constituição: o que esperar do talibã 2.0?

A OTSC não diz assim abertamente, mas sublinha que “se opõe de modo categórico a que se transfira aos seus territórios a infraestrutura militar que tinham os Estados Unidos e outros países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão, assim como acampamentos para afegãos que colaboraram com militares estrangeiros”, salvo nos caso em que isto seja peremptório por motivos humanitários. 

Desta maneira, tendo em conta de que também o Turcomenistão e o Uzbequistão, sem ser integrantes da OTSC, se mostram relutantes a negociar com Washington a possibilidade de albergar tropas e armamento estadunidenses, a Rússia reforça sua liderança militar no espaço pós-soviético da Ásia Central, que considera zona de sua influência. 


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na Tv Diálogos do Sul

 

   

Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Juan Pablo Duch Correspondente do La Jornada em Moscou.

LEIA tAMBÉM

Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Rússia Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Rússia: Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Misseis Atacms “Escalada desnecessária” na Ucrânia é uma armadilha do Governo Biden para Trump
Mísseis Atacms: “Escalada desnecessária” na Ucrânia é armadilha do Governo Biden para Trump