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Estratégia fracassa e EUA dão fim à encenação de "invasão russa" na Ucrânia

Na última quinta (27), os EUA pediram à China que use sua "influência" com a Rússia para desencorajar uma invasão da Ucrânia
Paul Craig Roberts
Paul Craig Roberts Institute for Political Economy
Nova York

Tradução:

Victoria Nuland, neoconservadora pró-guerra nomeada sub-secretária de Estado pelo doido da Casa Branca, anunciou a rendição de Washington, quando pediu à China que use sua influência sobre a Rússia, para salvar a Ucrânia de ser invadida. Foi quando reconheceu o que o resto do mundo já concluíra: EUA e OTAN não têm a capacidade que teriam de ter para invadir alguma coisa.

A rendição de Washington aconteceu depois de o presidente ucraniano pedir a Washington que ponha fim à conversa fiada de “invasão russa”, pura propaganda, dado que não se vê sinal algum de que haja invasão sendo preparada, e a retórica de Washington soava provocativa demais. A Alemanha recusou-se a abrir seu espaço aéreo para que o Reino Unido entregasse armas à Ucrânia. Dois estados membros da OTAN anunciaram que não enviarão tropas, caso a OTAN envolva-se na Ucrânia. Washington afinal teve de ver a mensagem escrita no muro com letras gigantes. Muitos países viram a recusa de Washington ao não aceitar a proposta russa de segurança mútua, como reação irracional e perigosa. Acima de tudo, fracassou completamente a estratégia de Washington de armar e treinar os ucranianos, e provocá-los para que atacassem o Donbass em grande escala.

Na última quinta (27), os EUA pediram à China que use sua "influência" com a Rússia para desencorajar uma invasão da Ucrânia

Montagem Diálogos do sul
Muitos países viram como irracional e perigosa a recusa de Washington ao não aceitar a proposta russa de segurança mútua

A Ucrânia sabe que a Rússia não permitirá qualquer dano significativo ao Donbass. Ainda mais: os ucranianos duvidam até que consigam derrotar o exército das Repúblicas Populares do Donbass – muito provavelmente armados com as novas armas russas de alto impacto. A Ucrânia compreende que a Rússia pode varrer as forças ucranianas, usando mísseis convencionais, sem precisar enviar tropas para além da fronteira. 

Os ucranianos também sabem que ninguém virá socorrê-los. O próprio Pentágono anunciou que os EUA não enviarão tropas à Ucrânia.

Relembre:
Paciência da Rússia com EUA e OTAN acaba e Vladimir Putin decide não recuar

O fato de Washington ter rejeitado publicamente a proposta russa nada significa, dado que Washington só tem uma saída: aceitar tudo que a Rússia diga. A bota russa desceu pesada, como tinha mesmo de acontecer, e todos, inclusive Washington, compreendem que a Ucrânia jamais será membro da OTAN.

Com o tempo, as bases de mísseis de EUA/OTAN na Polônia e na Romênia serão silenciosamente desmontadas e removidas. Washington continuará a esbravejar e fingir que manda, mas não tem meios para ação alguma. Os diplomáticos russos permitirão que Washington salve a cara, de algum modo a ser encenado.

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Tudo que é necessário nesse ponto dos acontecimentos, é que os diplomatas do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, que tendem a depositar excessiva fé em documentos assinados, e os linha-duras russos, compreendam que Washington ter ‘rejeitado’ a proposta russa é ação sem qualquer significado. E que Putin venceu em todas as frentes.

O mundo acomodou-se à inflexível exigência dos russos – e à absoluta superioridade militar de russos e chineses.

Considerado o surgimento em cena da firmeza russa, há tanto tempo necessária, espero que Washington abandone as atitudes tresloucadas e adote posição mais pacífica e de mais cooperação.

*Tradução: Vila Mandinga


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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