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Espanha: Eleitores se revoltam contra Partido Popular após caso de corrupção e espionagem

Manifestação se reuniu frente à sede da sigla direitista exigindo demissão da cúpula diretiva; maioria está a favor de Díaz Ayuso, investigada pelo PP
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Ao grito de “Casado, demissão” e “Ayuso, presidenta”, umas cinco mil pessoas se manifestaram em frente à sede da direitista Partido Popular (PP) para exigir a demissão da atual cúpula diretiva. A maioria dos manifestantes eram militantes ou simpatizantes da formação política conservadora, que é, além do mais, o principal partido de oposição da Espanha, que vive sumido em uma crise sem precedentes desde terça-feira e que tudo aponta para consequências imprevisíveis.

O PP, uma formação política que surgiu em 1989 como sucessora da Alianza Popular (AP) e da direita espanhola que surgiu do pós franquismo, está imerso em uma crise profunda, com o partido em uma queda vertiginosa nas pesquisas de intenção de voto e com sua atual diretoria questionada por seus simpatizantes e militantes.

A origem do conflito foram as tensões entre o atual líder, Pablo Casado, e a presidenta da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, por causa de um suposto contrato no qual a mandatária madrilenha poderia haver incorrido em prevaricação ou um comportamento “não exemplar”.

Espanha: Partido direitista entra em crise com acusação interna de traição e corrupção

A trama é complexa: houve um suposto informe, presumidamente divulgado por La Moncloa (sede oficial da presidência do governo espanhol, em mãos do socialista Pedro Sánchez) e uma tentativa de contratação de uma agência de detetives para investigar o entorno mais próximo a Díaz Ayuso. Presumidamente com o objetivo de expulsá-la da vida pública e eliminá-la como rival no interior do partido.

Manifestação se reuniu frente à sede da sigla direitista exigindo demissão da cúpula diretiva; maioria está a favor de Díaz Ayuso, investigada pelo PP

Captura de tela – Euronews / YouTube
Mais de cinco mil pessoas concentradas na rua Génova exigiam a demissão de Pablo Casado e sua atual Executiva

O conflito explodiu após a publicação da informação da contratação dos detetives que havia sido feita a instância do líder do PP e de seu secretário geral, Teodoro García Egea, teoricamente o autor intelectual da perseguição a Díaz Ayuso. Foi então que se cruzaram publicamente graves acusações de traição, deslealdade e crueldade.

Esse desencontro na cúpula do PP é o que se expressou ontem nas ruas de Madri, com mais de cinco mil pessoas concentradas na rua Génova, onde se encontra a sede principal do partido, e que exigiam a demissão de Casado e sua atual Executiva. Segundo todas as pesquisas e as sondagens realizadas até agora por causa do conflito, a maioria dos eleitores de direita se alinharam com Díaz Ayuso. E outros começam a se afastar da formação política, ao ponto de que pelo menos duas pesquisas já situam o partido de extrema direita Vox na frente do PP.

La Jornada — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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