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ToggleA 11ª jornada de mobilizações, que se iniciaram em janeiro passado em rechaço à reforma das aposentadorias do presidente francês, o conservador Emmanuel Macron, contou com múltiplas ações e novos enfrentamentos entre a polícia e os inconformados, apesar de um menor número de manifestantes, informou a imprensa francesa na última quarta (5), a uma semana de que o Conselho Constitucional se pronuncie sobre a validade da medida.
Os protestos atraíram às ruas mais de 2 milhões de pessoas, segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), e 570 mil, segundo o ministério do Interior, e para aumentar a pressão sobre os “sábios” constitucionais.
Unidade sindical é peça-chave dos protestos contra reforma previdenciária na França
Os inconformados toparam de novo com uma rigorosa mobilização policial, com mais de 11 mil policiais em todo o país, 4 mil em Paris onde – segundo a CGT – aproximadamente 400 mil pessoas marcharam.
Apesar de tudo, as concentrações e greves proliferaram em mais de 250 pontos do país, principalmente na capital, Rennes e Lyon, onde os agentes utilizaram gás lacrimogênio contra os inconformados e estes lançavam projéteis, punham fogo a contêineres e gritavam em coro consignas como “Greve, bloqueio, Macron Fora!”.
Durante esta jornada, os liceus e universidades estiveram bloqueados, trens foram anulados, uma frequência no transporte público de Paris “quase normal”, bloqueios temporários de acesso a cidades como Rennes, e um breve invasão da sede do gestor de ativos BlackRock, informou a agência noticiosa France Press. Outras marchas foram em Nantes, Marselha e Lorient.
Vermelho.org
Nos protestos de 16 e 28 de março, se calcula que saíram às ruas entre 4 e 6 milhões de pessoas em todo o país, respectivamente
Detidos e feridos
Os protestos deixaram 111 detidos e 154 membros das forças de segurança feridos nos protestos, segundo o ministério do Interior.
Macron fez uma visita de Estado à China, na qual tenta mediar para que seu par, Xi Jinping, ajude a pôr fim à guerra na Ucrânia, enquanto a ira social cresce nas ruas da França. A partir da China reiterou que, apesar de que sua reforma é rechaçada, seguirá adiante com ela, ao argumentar que tem a “legitimidade” das urnas e que seu plano de governo contempla essa reforma.
A revolta na França e a passividade das massas no Brasil: por que não estamos nas ruas?
A nova jornada se dá depois que a primeira-ministra, Elisabeth Borne, reuniu-se um dia antes com os representantes sindicais para encontrar uma saída a esta crise política, mas culminou em fracasso.
A população tem se mobilizado contra a reforma desde janeiro passado, quando foram conhecidos os primeiros detalhes. Nestes quatro meses, os sindicatos realizaram onze mobilizações nacionais, com convocatórias a greves gerais ou parciais em alguns setores, como o transporte, a energia e a limpeza.
Nos protestos de 16 e 28 de março, se calcula que saíram às ruas entre 4 e 6 milhões de pessoas em todo o país, respectivamente.
Os sindicatos franceses advertiram que manterão a pressão e as mobilizações enquanto não se retire a reforma das aposentadorias, inclusive se o Conselho Constitucional, que tem previsto analisar sua validade ou rechaço no próximo dia 14. Já a oposição discute um discute sobre a idade da aposentadoria. Ambas as medidas marcarão os próximos passos dessa crise social.
Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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