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Rússia oferece ajuda diplomática para "evitar catástrofe humanitária em Gaza"

Putin conversou com líderes do Oriente Médio, por sua vez preocupados com os reflexos da escalada da guerra de Israel contra a Palestina
Juan Pablo Duch
La Jornada
Moscou

Tradução:

Na véspera de viajar a Pequim para se reunir com seu colega chinês, Xi Jinping, e participar no terceiro fórum internacional dedicado à Iniciativa Franja e Rota – estratégia global para impulsar o transporte e o comércio entre China e Ásia, Europa e África –, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, advogou por uma imediata trégua humanitária no Oriente Médio

Em uma intensa jornada de chamadas telefônicas, Putin conversou com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), e com os presidentes do Egito, Abdel Fatah Al SisiEbrahim RaisiBashar al Assad, além de expressar suas condolências ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Só reconhecimento do Estado Palestino vai dar fim à violência israelense

De acordo com o Kremlin, a Rússia está disposta a coordenar, com todos os “sócios construtivos”, os esforços para deter o quanto antes as hostilidades e estabilizar a situação no Oriente Médio.

“Nesse sentido – disse Putin a cada um de seus quatro primeiros interlocutores – remeteu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) um projeto de resolução sobre a declaração imediata de uma trégua humanitária, a qual tem um caráter equilibrado e apolítico”.

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O líder da ANP e os presidentes egípcio, iraniano e sírio manifestaram uma “extrema preocupação” pelo crescente risco de que o conflito derive em guerra que envolva a vários países da região, devido à escalada das ações militares, e concordaram com o presidente russo em relação a não haver tarefa mais urgente que declarar um cessar-fogo e proporcionar ajuda humanitária à população palestina na Faixa de Gaza.

“Expressou-se a opinião unânime de que é indispensável um cessar-fogo imediato e estabelecer uma trégua humanitária que levante o bloqueio a Gaza e permita o fornecimento urgente de remédios, alimentos e outros artigos de primeira necessidade”, resumiu o Kremlin em um comunicado.

A ruptura do confinamento de Gaza, o colapso israelense e a esquerda frente à Palestina

Todos entendem que a atual escalada “sem precedentes” é resultado do fracasso da política dos Estados Unidos na região e do não cumprimento dos acordos da ONU para criar dois Estados, um israelense e outro palestino. 

Putin reiterou que deve ser retomado o processo de resolução política no Oriente Médio, cujo objectivo “deve ser uma decisão justa e duradoura sobre o problema palestino, que contemple a criação de um Estado independente que viva em paz e segurança com Israel”.

Ligando para Netanyahu depois, o presidente russo expressou suas mais profundas condolências às famílias e entes queridos dos israelenses mortos, acentuou sua firme rejeição e condenação de qualquer ação que cause vítimas entre a população civil, principalmente mulheres e crianças.

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Putin conversou com líderes do Oriente Médio, por sua vez preocupados com os reflexos da escalada da guerra de Israel contra a Palestina

Foto: Kremlin
Segundo Putin, Rússia pode ajudar Israel a “terminar o confronto e a chegar a um acordo político através de meios pacíficos e diplomáticos”

Putin também confirmou a vontade da Rússia de ajudar Israel e Palestina a “terminar o seu confronto e a chegar a um acordo político através de meios pacíficos e diplomáticos”.

A este respeito, a Rússia – sublinhou Putin a Netanyahu – quer ajudar “a normalizar a situação, a não ocorrer uma nova escalada de violência e a evitar uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”.

Noutro sentido, Yuri Ushakov, conselheiro presidencial para a política externa, informou nesta segunda-feira (16) que o encontro entre Putin e Xi teria lugar nesta quarta-feira (18), depois de o presidente russo, “como convidado de honra”, ser o segundo orador na cerimônia de abertura do Fórum da Franja e Rota em Pequim.

O ex-embaixador russo em Washington comentou que os líderes “poderão dialogar, de forma amigável e franca, sobre uma agenda ampla de questões bilaterais e internacionais, com especial ênfase na formação de uma ordem multipolar mais justa”.

Para Ushakov, as relações entre Moscou e Pequim “demonstram resistência às pressões externas” e as posições defendidas por ambos os países “são um fator estabilizador nos assuntos mundiais”.

Na segunda (16), ao receber o seu homólogo, Sergei Lavrov, em Pequim, integrado na delegação russa, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, mostrou-se convencido de que, para o avanço da cooperação estratégica entre a China e a Rússia, “serão muito úteis” a participação de Putin no fórum e suas conversas com Xi.

Juan Pablo Duch | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Juan Pablo Duch Correspondente do La Jornada em Moscou.

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