“Netanyahu está sacrificando vidas para salvar sua carreira política”. A afirmação contundente da economista e ativista Amyra El Khalili expõe a brutalidade dos ataques israelenses à Palestina e a cumplicidade internacional diante do genocídio em curso.
No episódio de 20 de março do programa Dialogando com Paulo Cannabrava, a professora e editora das redes Movimento Mulheres pela Paz na Palestina e Aliança RECOs denunciou como a guerra é usada como ferramenta de manipulação política pelo governo de Israel e cobrou ações mais firmes do Brasil.
Amyra critica a falta de uma resposta dura do governo Lula ao rompimento do cessar-fogo por Israel e à escalada da violência. “Netanyahu continua massacrando o povo palestino, e a comunidade internacional se cala. O governo brasileiro faz discursos, mas mantém relações com um Estado genocida”, denuncia.
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Para a especialista, ao hesitar em romper relações diplomáticas e comerciais, Lula corre o risco de fortalecer inimigos políticos: “Se ele não tomar uma posição firme, serão os sionistas que vão derrubá-lo na próxima eleição”.
A economista também chama atenção para o linchamento e a prisão do cineasta palestino Hamdan Ballal, co-diretor do documentário “No Other Land”, vencedor do Oscar 2025 de Melhor Documentário. “Colonos armados, com escolta israelense, sequestraram o diretor e o espancaram brutalmente. Ele foi preso e posteriormente libertado cheio de hematomas, e ninguém fala sobre isso”, observa.
Neste sentido, Amyra destaca que a perseguição a vozes palestinas faz parte de uma estratégia de silenciamento: “Israel não quer testemunhas do que está fazendo em Gaza e na Cisjordânia. Qualquer palestino que tenha visibilidade se torna um alvo”.
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Outro ponto abordado foi a morte do adolescente palestino-brasileiro Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, sob custódia do Estado de Israel. “Um jovem brasileiro foi assassinado em uma prisão israelense, e o governo brasileiro sequer sabia que ele estava preso. Como isso é possível?”, questiona. Segundo Amyra, Walid é a 63ª vítima de execuções dentro de presídios israelenses desde outubro de 2023. “Esses assassinatos são tortura institucionalizada. E o que faz o Itamaraty? Nada!”, critica.
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Por fim, a ativista reforça que a guerra não é apenas uma questão territorial, mas uma peça dentro da estratégia imperialista global. “Israel é o braço armado do imperialismo no Oriente Médio. Hoje é Gaza, amanhã será o Irã, depois outro país que estiver no caminho dos interesses deles”, conclui.
A entrevista completa está disponível no canal da TV Diálogos do Sul Global no YouTube: