Pesquisadores do Texas, nos Estados Unidos, produziram uma vacina para a covid-19 que não tem fins lucrativos. A Cobervax, como é chamada, é uma alternativa de código aberto, portanto, não é protegida por patentes como os imunizantes criados pela grande indústria farmacêutica.
Semelhante à vacina da Hepatite B, o novo imunizante utiliza parte da proteína do vírus de interesse, uma alternativa de baixo custo, fácil produção e que pode ser transportada em temperatura de geladeira comum, contribuindo para a logística em países com estruturas de transporte limitadas.
Os atributos da Cobervax a tornam uma esperança para um esquema de vacinação global, já que ela poderá chegar a nações com poucos recursos e baixos índices de imunização, contribuindo para impedir o surgimento de novas cepas — mais letais e mais resistentes do coronavírus.
A Cobervax obteve sucesso na fase três de testes clínicos e foi aprovada para uso emergencial na Índia, onde há surto de infecções causadas pela variante Ômicron.
Maksim Goncharenok – Pexels
Ampolas de vacina para covid-19
Os pesquisadores à frente da inovação, Peter Hotez e Maria Helena Botazzi, esperam que mais países possam utilizar a Cobervax ao redor do mundo.
Considerando a produção de anticorpos neutralizantes, a Cobervax se mostrou superior à Covishield, da AstraZeneca. Além disso, a nova fórmula se mostrou 90% eficaz contra o coronavírus e pelo menos 80% mais eficaz contra a variante Delta, segundo Texas Children’s Hospital, Houston’s Baylor College e a companhia indiana farmacêutica Biological E. Limited, responsáveis pela criação da Cobervax. Para 2022, espera-se que mais de um bilhão de doses da vacina sejam produzidas.
Financiada com filantropia e criada por uma pequena equipe de pesquisadores sem pretensão de lucro, a Cobervax levanta um questionamento às grandes empresas farmacêuticas quanto à necessidade de preços tão altos pelo desenvolvimento de vacinas — o que se reflete na inescrupulosa disparidade no esquema vacinal entre países com mais e menos recursos.
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