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ToggleNo último dia 15 de setembro, Donald Trump anunciou uma conquista diplomática, com a assinatura de acordos que têm como objetivo normalizar as relações entre Israel e outros dois países árabes, Bahrein e Emirados Árabes.
Em troca, o documento promete que Israel colocará um freio à anexação de territórios palestinos ocupados. A expansão dessa medida chegou a ser anunciada pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.
Porém, especialistas dizem que os acordos assinados estão muito distantes da propaganda em torno deles e da promessa de pacificar o conflito israeli-palestino. Então, qual será o verdadeiro impacto dessa medida nas relações entre o estado israelense e a Palestina?
Cebrapaz
O embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Al-Zeben.
Para responder essa questão, o programa Diálogos em Sul Maior entrevistou o embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Al-Zeben.
A iniciativa é parte de uma parceria com o Laboratório de Pesquisa e Práticas de Ensino em História (LPPE) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UERJ e o Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a África, Ásia e as Relações Sul-Sul (NIEAAS), vinculado ao Departamento de Ciência Política da UFRJ com a Revista Diálogos do Sul.
“O fato de fazer este tipo de acordo alegando a causa Palestina é uma falácia”, diz o embaixador, ao rechaçar a medida de Donald Trump, mesmo compreendendo que o Bahrein e os Emirados Árabes buscam seus próprios ideais.
“Nós não aceitamos. Eles foram objeto de muita pressão por parte dos Estados Unidos e por parte de Israel, para salvar, tanto Trump, como Netanyahu”, aponta o embaixador, ao reforçar que os Estados Unidos “estão contra o mundo inteiro, porque estão contra o direito internacional”.
“Trump e Netanyahu estão pressionando por todos os meios para impor sua versão e sua narrativa”, denuncia Al-Zeben, “nós não confiamos em Trump e menos ainda em Netanyahu, que não reconhece os palestinos, não reconhece o outro e segue com a ocupação e colonização e, inclusive, com aquela intenção de anexação”.
O palestino explica que, desde 1945, há uma unanimidade entre os países árabes de que existe uma guerra entre eles e Israel e que o acordo assinado há 15 dias, pode causar uma verdadeira instabilidade na região. “Acaba prejudicando o consenso internacional, de que a causa dos conflitos na região é a questão Palestina, é a ocupação israelense dos territórios”, diz.
Assista à entrevista
Mariane Barbosa, jornalista da equipe da Diálogos do Sul
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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