Pesquisar
Pesquisar

Para Putin, OTAN é relíquia da Guerra Fria: "Não sei por que organização continua existindo"

Durante entrevista, o presidente russo disse que Moscou e Teerã têm planos para colaboração, incluindo na área técnico-militar
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
São Paulo (SP)

Tradução:

Presidente da Rússia Vladimir Putin declarou, em entrevista ao canal NBC publicada esta segunda-feira (14), que a OTAN é uma relíquia da era da Guerra Fria.

“No que diz respeito à OTAN, eu disse em muitas ocasiões, esta é uma relíquia da Guerra Fria. É algo que nasceu na era da Guerra Fria”, comentou o presidente, acrescentando que “eu não sei bem por que ela [OTAN] continua existindo”.

Rússia e Irã têm planos de cooperação

Durante sua entrevista, Putin disse que Moscou e Teerã têm planos para colaboração, incluindo na área técnico-militar.

Temos planos de cooperação com o Irã, incluindo cooperação militar e técnica. E tudo isso encaixa no quadro das decisões que foram acordadas em nosso programa, no que diz respeito ao programa nuclear do Irã no contexto das decisões da ONU juntamente com nossos parceiros na preparação do JCPOA, nos termos do qual algumas sanções pontuais, incluindo no domínio da cooperação militar e técnica, devem ser levantadas do Irã”, frisou o líder russo.

Durante entrevista, o presidente russo disse que Moscou e Teerã têm planos para colaboração, incluindo na área técnico-militar

Reprodução: Winkiemedia
Presidente da Rússia Vladimir Putin em entrevista ao canal NBC.

Se Lukashenko forçou avião da Ryanair a pousar, ele foi inspirado pelos EUA

Em relação ao recente incidente que envolveu o pouso forçado de um avião comercial da Ryanair, Putin disse que foi decisão do piloto aterrissar o avião em Belarus, e mesmo que tenha sido forçado a fazê-lo pelo líder belarusso Aleksandr Lukashenko, foi apenas porque ele se inspirou no fato de os EUA terem obrigado a pousar o avião do presidente boliviano Evo Morales em 2013.

“Força Aérea Um, um avião presidencial, foi forçado a pousar. O presidente foi retirado do avião. Eles revistaram o avião. E você nem se lembra disso. Você acha que isso foi normal, que foi bom, mas o que Lukashenko fez foi mau? Olhe, falemos a mesma linguagem e usemos os mesmos conceitos. Se, bem, Lukashenko é um gangster, e então sobre a situação do presidente boliviano? […] Ninguém se lembra disso”, disse Putin.

Tratado Novo START

Relativamente ao tratado Novo START, o presidente russo reiterou o compromisso de Moscou de trabalhar em conjunto com Washington.

“Sabemos o que constitui prioridade para o lado dos EUA. E este é, falando em geral, um processo que necessita ser avançado a nível profissional, de acordo com as linhas do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa do lado russo e do Pentágono e do Departamento de Estado da parte dos EUA. Estamos preparados para este trabalho”, disse.

EUA sacrificaram laços com Rússia à competição política interna

Abordando o tema das relações bilaterais, Putin afirmou que os EUA sacrificaram seu relacionamento com a Rússia à forte concorrência política interna nos últimos anos.

“Claro, pode-se apresentar isso para consumo político interno, que eu acredito é o que tem sido feito nos EUA nos últimos dois anos, onde as relações russo-americanas foram sacrificadas em nome de uma luta política feroz dentro dos EUA”, notou.

Ataques cibernéticos contra instalações dos EUA

Nos últimos meses, uma série de ciberataques atingiu instalações dos EUA, incluindo ataques de resgate contra a empresa norte-americana Colonial Pipeline e a filial americana da JBS. Washington acusou hackers supostamente operando a partir da Rússia como estando por trás de ambos os ataques.

As alegações dos EUA de que hackers russos ou o governo do país teriam estado por trás dos ataques cibernéticos são absurdas, disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma entrevista ao canal NBC.

“Fomos acusados de todo o tipo de coisas: interferência eleitoral, ciberataques, etc., etc. E nem uma vez, nem uma única vez, eles se preocuparam em apresentar qualquer tipo de evidência ou prova. Apenas acusações infundadas“, afirmou Putin.

O presidente russo reiterou os apelos de Moscou para cooperar na luta contra a cibercriminalidade, dizendo ter esperança de que os dois países “sejam capazes de iniciar esse processo”.

Ele expressou preocupações por os EUA, sendo um país altamente tecnológico, terem a capacidade de atingir a Rússia.

“Os EUA são um país de alta tecnologia, a OTAN declarou o ciberespaço uma área de combate, isso significa que estão planejando algo. Então, obviamente isso não pode deixar de nos preocupar. Não tenho medo, mas tenho em mente que é uma possibilidade”, disse Putin ao canal.

Recentemente, Joe Biden disse estar “acompanhando de perto” os últimos ataques cibernéticos, acrescentando que discutiria com o presidente russo Vladimir Putin a questão de dar “abrigo a hackers responsáveis por tais atos”.

Em 16 de junho em Genebra, na Suíça, Joe Biden e Vladimir Putin vão se encontrar pela primeira vez desde que Biden assumiu a presidência dos EUA.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Veja também

   

Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Sputnik Brasil

LEIA tAMBÉM

Com Trump, EUA vão retomar política de pressão máxima contra Cuba, diz analista político
Com Trump, EUA vão retomar política de "pressão máxima" contra Cuba, diz analista político
Trump quer desmontar Estado para enriquecer setor privado; Musk é o maior beneficiado
Trump quer desmontar Estado para enriquecer setor privado dos EUA; maior beneficiado é Musk
Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Rússia Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Rússia: Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito