A subdiretora geral de Educação da Unesco, Stefania Giannini, demandou aqui compromisso político para erradicar o analfabetismo e promover o multilinguismo planeta.
Ao inaugurar uma conferência sobre o Dia Internacional da Alfabetização, a funcionária assinalou que estes objetivos são vitais para alcançar sociedades inclusivas em um mundo globalizado e digitalizado.
Giannini advogou por investimentos e políticas públicas em sintonia com as circunstâncias atuais da humanidade, em um cenário marcado pela existência de mais de 750 milhões de analfabetos, a maioria mulheres, e entre os quais 100 milhões de jovens.
Assinalou que é importante levar em conta que educar os indivíduos e as sociedades não é só ensinar a ler e escrever, mas sim dotar de ferramentas para entender melhor o mundo e para que se convertam em atores sociais.
UNESCO
Educar os indivíduos e as sociedades não é só ensinar a ler e escrever
A subdiretora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) insistiu em que o acesso ao conhecimento é um direito que tem que ser respeitado.
A respeito do multilinguismo, considerou que é uma necessidade da época moderna, de acordo com o princípio de não deixar ninguém para trás.
Disse que para este ano o tema central do Dia Internacional da Alfabetização e desta conferência é o plurilinguismo, enfocado desde o valor do ensino do idioma materno e de outros que permitirão um melhor desempenho.
De acordo com a especialista italiana, a Unesco vê com muita preocupação que das sete mil línguas faladas no planeta, apenas cinco por cento delas estava presente na internet em 2016.
Igualmente inquietante é o fato de que enquanto falamos, uma de cada três corre o risco de desaparecer, com o que perderíamos conhecimentos e tradições, advertiu.
Giannini destacou a necessidade de defender estes idiomas para preservar a diversidade linguística e a identidade que representam.
A funcionária destacou a importância de garantir o estudo das línguas maternas e estrangeiras desde a mais tenra idade.
A relatora especial das Nações Unidas sobre o Direito à Educação, Koumbou Boly Barry, também reclamou uma maior vontade política para superar as desigualdades.
Nesse sentido alertou que os países do norte avançaram muito em matéria de erradicação do analfabetismo e do impulso ao multilinguismo, mas na África, Ásia e América Latina a situação é diferente.
Expôs que por esse motivo é urgente potencializar a solidariedade e a cooperação.
A conferência da Unesco em sua sede central, nesta capital, reuniu agentes e encarregados de políticas, contexto no qual foram entregues prêmios a iniciativas da Argélia, Colômbia, Indonésia, Itália e Senegal relacionadas com a alfabetização e o plurilinguismo.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
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