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Partidos e alianças argentinas aceleram os motores eleitorais

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Cristina Kirchner com seu maior desafeto, o diário Clarin, ambos em baixa.
Cristina Kirchner com seu maior desafeto, o diário Clarin, ambos em baixa.

Martin Hacthoun*

Partidos, alianças e seus candidatos insistem em atos  atividades de proselitismo na Argentina numa carreira eleitoral que começou antecipadamente e que também já desencadeou a guerra das pesquisas eleitorais.

A Campanha para as eleições primárias de 11 de agosto começa oficialmente dia 12 de julho, e será um preâmbulo do que serão eleições legislativas nacionais de 27 de outubro quando se renovará a metade da Câmara de Deputado e um terço do Senado.

Não obstante as maquinas partidárias já estão a todo vapor num contexto social agitado, com uma greve para o dia 15/7,  convocada pelo sindicato dos caminhoneiros dirigido pelo sindicalista agora candidato político da oposição Hugo Moyano.

Mesmo sendo uma ação de âmbito laboral, a greve incide e intensifica o ambiente eleitoral já que, segundo os observadores e dadas as circunstâncias e lugar bem como a postura de seus organizadores têm mais de política do que de reivindicação sindical.

A greve é apoiada por líderes próximos a Moyano cujos sindicatos também manifestam oposição ao governo, como o parte da Central de Trabalhadores da Argentina dirigida por Pablo Micheli; o dos empregados no Judiciário, de Julio Piumato, e ode vendedores de jornais e revistas dirigido por Omar Plaini.

Hugo Moyano tem sido criticado por várias organizações por utilizar o sindicato como plataforma para lançar sua candidatura que sai pela lista da Frente União pela Liberdade e o Trabalho, do político neoliberal Francisco de Narváez, um empresários milionário da direita do Partido Justicialista argentino.

Pablo Moyano, filho de Hugo  e secretario adjunto do sindicato dos caminhoneiros disse que a medida de força não é pessoal contra a presidenta Cristina Fernández, mas que buscam a eliminação do imposto aos ganhos que afetou o salario dos trabalhadores.

Suas declarações apareceram logo depois que Hugo, seu pai, confessou, segundo publicou o jornal Página 12, que a greve era contra a presidenta e não contra os trabalhadores.

A greve afetará a distribuição de alimentos nos mercados de combustível, correio, jornais, coleta de lixo, o que levou o governador da capital, também da oposição, a pedir a cidadania para não botar o lixo na rua.

Em meio a esse ambiente aparecem as primeiras pesquisas, uma divulgada pelo diário Clarín, aliada da direita e de oposição ao Executivo, segundo a qual os candidatos da oposição levam clara vantagem ao kirchnerismo nos principais colégios eleitorais do paíos, a capital e as províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé.

Por outro lado, uma pesquisa da consultoria Equis indica que a candidatura da Propuesta Republicana, que governa a capital, tem más imagem negativa que positiva e projeta um cenário de paridade eleitoral entre o FpV e o PRO nas primárias de Buenos Aires onde reina o grupo opositor do governador Mauricio Macri.

Caras novas na cena eleitoral argentina

Sergio Massa, a nova estrela em ascensão com o Papa Francisco
Sergio Massa, a nova estrela em ascensão com o Papa Francisco

Sergio Massa, a nova estrela em ascensão na cena política argentina iniciou uma tournée eleitoral por várias localidades da província de Buenos Aires, território de onde pretende conquistar o Congresso Nacional.

Seu percurso inclui Pilar, Escobar, Bahia Blanca, Punta Alta, Tres Arroyos e Mar del Plata, com vistas as eleições primárias para o Legislativo de 11 de agosto. Essa província é a de maior peso eleitoral no país.

Na semana anterior Massa lançou em Tigre, com muito barulho, sua candidatura a deputado nacional pela Frente Renovador, bloco que criou dentro do já diverso e fracionado espaço político do Partido Justicialista.

Massa é o atual prefeito do município de Tigre, próximo da capital, entrou no governo argentino na efêmera presidência de Eduardo Duhalde, em 2002, como diretor da Administração Nacional de Segurança Social, e ascendeu na política durante o mandato de Néstor Kirchner.

Cristina Fernández o incluiu em sua equipe como chefe de Gabinete, função que desempenhou em 2007 e 2008, antes de se dedicar a prefeitura de Tigre e formar sua própria base política da qual agora se apresenta como opositor aos que o ajudaram a ascender.

Em seu discurso de apresentação, tomou distância da kirchnerista Frente para a Vitoria (DpV) governista, e ainda se comprometeu a defender as grandes conquistas destes anos como a gratificação por filho, a inclusão de aposentados ou a política e direitos humanos e se distanciou de outras causas pelas quais luta a presidenta.
Disse, por exemplo que não apoia a reforma do judiciário, situando-se de fato no campo opositor, e insistiu que não apoiaria nenhum projeto de reforma constitucional nem a que habilita a reeleição.

Alguns observadores estimam que Massa, que flertou com grupos da direita, prepara o terreno para lançar sua candidatura a presidente em 2015. Em novembro de 2010, os telegramas do Wikileaks revelaram que Massa, que iniciou na política pela juventude do partido liberal-conservador União do Centro Democrático (UceDe), era um dos confidentes mais importantes da embaixada dos Estados Unidos.

Colaborou com o inimigo fazendo parte do governo de Cristina Fernández, e  também depois que saiu, segundo essas revelações.

Hoje pesquisas regionais difundidas pelos meios de direita o colocam na preferencia do público acima do principal candidato do FpV, Martin Insaurralde, prefeito de Lomas de Zamora.

Na província de Misiones, ao Norte, o Kircherismo sofreu um duro golpe, pois, depois de ganhar as eleições locais, o governador Maurice Closs, ainda que negue rupturas, armou um bloco próprio no legislativo local com dois senadores e cinco deputados, separado do FpV.

*Prensa Latina de Buenos Aires para Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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