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Chegada de Gustavo Petro e sua comitiva no Haiti, em 18 de julho de 2025 (Foto: Joel González / Presidência da Colômbia)

Petro no Haiti: solidariedade histórica e cooperação concreta em defesa da soberania haitiana

Presidente colombiano reafirma dívida histórica com o Haiti, propõe cooperação em segurança e reabre embaixada após 25 anos

Vanessa Martina Silva
Diálogos do Sul Global
Paraty (RJ)

Tradução:

Em um gesto de compromisso humanitário e liderança regional, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, viajou ao Haiti para participar da reabertura da embaixada colombiana no país caribenho, fechada há 25 anos.

“Estamos aqui não por caridade, mas por dever. Um dever de memória compartilhada, ancorada na história comum das lutas pela liberdade, pela resiliência e pelos sucessos dos povos da nossa região”, afirmou durante a solenidade.

Esta é a segunda visita oficial do mandatário ao país neste ano.

A reabertura da embaixada pode ser entendida como um gesto de afirmação da postura colombiana de contribuir para a busca de saída para a crise multifacetada que assola o Haiti, rompendo com o isolamento imposto à nação caribenha. Desde meados de novembro de 2024, o aeroporto da capital do país, Porto Príncipe, está fechado para voos internacionais.

A cerimônia de reabertura da embaixada colombiana foi descrita por Petro como um “ato concreto de diplomacia proativa” e interpretada pelo Conselho Presidencial de Transição (CPT) haitiano como a “expressão de uma vontade clara de estabelecer uma parceria duradoura e estratégica entre as duas nações”.

Petro declarou que a Colômbia está “preparada para liderar essa tarefa sob o princípio de cooperação e solidariedade que marcou a história de ambos os povos” e reiterou sua “convicção profunda quanto à possibilidade de um Haiti reinventado, pacificado e dotado de um sistema de segurança moderno e eficaz”.

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Cooperação em segurança para o combate às gangues

O Haiti vive uma complexa crise institucional e de segurança, com a proliferação de milícias armadas e generalização da violência no país. Diante deste cenário, Petro apresentou um plano de cooperação com o país para fortalecer as capacidades haitianas de defesa e policiamento.

“[A Colômbia está] preparada para liderar essa tarefa sob o princípio de cooperação e solidariedade que marcou a história de ambos os povos”, afirmou o presidente colombiano. E reiterou sua “convicção profunda quanto à possibilidade de um Haiti reinventado, pacificado e dotado de um sistema de segurança moderno e eficaz”.

Nesse sentido, Petro anunciou um programa de assistência em segurança, colocando as Forças Armadas da Colômbia à disposição para treinar mil homens das Forças Armadas do Haiti (Fad’H) e da Polícia Nacional do Haiti (PNH). O projeto, segundo ele, terá como base a “modernização e o reforço das capacidades de suas forças de segurança, através de uma assistência técnica e logística de grande envergadura”.

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A proposta inclui “a formação de quadros militares especializados e o equipamento progressivo das tropas nos domínios aéreo, terrestre e naval”, com o objetivo de “reforçar a soberania nacional e instaurar um clima propício à estabilidade social, à luta contra a criminalidade organizada e contra o terrorismo”.

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Petro também defendeu que esse esforço seja “canalizado através da Organização dos Estados Americanos (OEA) ou das Nações Unidas (ONU)”, como forma de garantir legitimidade e apoio multilateral. Ele reconheceu que “a cocaína produzida na região de Catatumbo, entre Colômbia e Venezuela, financia parte da decomposição institucional no Haiti”, denunciando o papel do narcotráfico na violência e instabilidade que afetam o país caribenho.

* Artigo redigido com auxílio de IA.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Vanessa Martina Silva

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