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ToggleA diretora-geral do Comitê Nacional Russo para a Cooperação Econômica com os Países Latino-Americanos (CN-Cepla), Tatiana Mashkova, confia na ampliação das relações com países amigos da região.
A propósito da visita do chanceler russo, Serguei Lavrov, ao Brasil, Venezuela, Cuba e Nicarágua, Mashkova conversou em entrevista exclusiva com a Prensa Latina sobre as potencialidades mútuas no desenvolvimento do intercâmbio comercial, expectativas com relação a Cuba e estratégias ante a pressão das sanções de países ocidentais.
Confira a entrevista
Prensa Latina: Como avalia o estado atual das relações econômicas da Rússia com a América Latina?
Tatiana Mashkova: O intercâmbio comercial entre a Rússia e os países da América Latina diminuiu 6% em 2022 em comparação com o ano anterior. Chegou a 19,9 bilhões de dólares.
Está muito abaixo do potencial de intercâmbio entre os países latino-americanos e os Estados Unidos, que chega a 800 bilhões de dólares aproximadamente.
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As causas desta realidade são evidentes: grandes distâncias, insuficiente informação sobre a oferta exportável e o potencial de importação das partes, uma presença muito grande dos Estados Unidos e da China nos mercados latino-americanos e tradicionalmente pouco interesse dos empresários russos no continente distante e pouco investigado.
Agora a situação mudou. Por um lado, os países da América Latina, em sua maioria, não apoiaram as sanções contra a Rússia, possuem alto interesse nas importações de fertilizantes, produtos químicos, petróleo e seus derivados, metais, da Rússia.
Por outro lado, as economias latino-americanas exportam para nosso país seus produtos agropecuários, como vinho, frutas, pescado, carne, entre outros.
Além disso, os empresários russos e latino-americanos trabalham no melhoramento das vias para o comércio, pois as companhias internacionais tendem a negar serviços aos navios com destino à Rússia.
Prensa Latina: Cada vez mais, a Rússia estimula um intercâmbio comercial entre países por meio de moedas nacionais, que benefícios traria esta estratégia?
Pretendemos estabelecer sistemas de pagamentos em moedas nacionais tanto com os países da América Latina e do Caribe, como da África e da Ásia. A tendência geral é evitar, nas operações comerciais, moedas como o dólar e o euro.
Sempre que entre os países exista um intercâmbio comercial constante e balanceado é possível trabalhar no novo formato de pagamentos mútuos.
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Considero que outro mecanismo para facilitar o desenvolvimento da compra e venda de produtos poderia ser o barter, ou seja, um comércio de compensação mediante intercâmbio de bens e serviços entre o importador e o exportador sem movimento de recursos.
Prensa Latina: Rússia e Cuba mantêm relações de associação estratégica e amizade, como avalia o curso dos vínculos?
As relações políticas entre Rússia e Cuba estão vivendo agora um de seus melhores momentos. Os dois estados estão conscientes de que os unem laços estreitos e firmes; é uma dependência mútua, somos sócios e amigos equitativos.
No campo econômico-comercial, a Rússia poderia beneficiar o país com energia, alimentos, medicamentos, matéria prima, fertilizantes e agroquímicos.
É dever da Rússia ajudar seu fiel amigo, investir em sua economia, especialmente naqueles projetos que permitiriam rapidamente gerar divisas.
Estão se organizando as Casas Comerciais da Rússia em Cuba, o sistema de cartões MIR, entre outras.
Também esperamos o incremento do fluxo turístico da Rússia para Cuba, assim como as possibilidades de colaboração no campo farmacêutico e da saúde.
Prensa Latina: A presença do chanceler russo, Serguei Lavrov, na América Latina é uma demonstração de uma intensa aproximação da região? Como avalia esta estratégia?
São países amigos, muito próximos da Rússia, com um grande potencial de desenvolvimento das relações econômico-comerciais e políticas. Inclusive na Venezuela, o ministro reuniu-se com seu homólogo boliviano, Rogelio Maita. De modo que a viagem do chanceler russo pelos países da América Latina e do Caribe promete resultados. Estamos esperando.
Hansell Pavel Oro Oro | Prensa Latina
Tradução: Ana Corbisier
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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