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"Privatiza que melhora": apagão em SP reflete desmonte da antiga Eletropaulo, agora Enel

Após adquirir a estatal, em 2018, a companhia italiana atuou para o enxugamento no quadro de funcionários da empresa
Redação Hora do Povo
Hora do Povo
São Paulo (SP)

Tradução:

Desde 2019, a concessionária privada Enel já cortou 36% dos funcionários da ex-estatal de distribuição de energia de São Paulo, enquanto o volume de clientes atendidos pela distribuidora cresceu 7% na região metropolitana. A empresa mantém mais de 1,5 milhões de consumidores sem luz desde a última sexta-feira (3). 

Após adquirir a antiga Eletropaulo, em 2018, a companhia italiana atuou para o enxugamento no quadro de funcionários da empresa. Em 2019, eram 23.835 funcionários, destes, 17.367 eram terceirizados e 6.468 próprios da empresa. No terceiro trimestre deste ano, a distribuidora contava com apenas 15.366 empregados, sendo 3.863 próprios e 11.503 terceirizados, segundo um levantamento feito pelo canal CNN, com dados apresentados pela companhia italiana à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Privatização da Sabesp: movimento nacional se articula contra desastre tramado por Tarcísio

Por outro lado, em meio ao corte de 40% na folha de pagamento da própria Enel e redução de 34% nos terceirizados, o volume de clientes atendidos pela companhia cresceu para quase 8 milhões na Grande São Paulo. Ao todo, a concessionária atende cerca de 7,85 milhões de consumidores em 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a capital paulista.

Após adquirir a estatal, em 2018, a companhia italiana atuou para o enxugamento no quadro de funcionários da empresa

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Deputado Estadual do PT, Luiz Cláudio Marcolino: “Enel prova que a privatização não melhora o serviço público para o povo"




Diminuição da capacidade de resposta às emergências

Hoje, um funcionário da empresa trabalha para atender 511 clientes, entre residências e empresas, independentemente do número de ocupantes. Em 2019, um empregado atuava para atender 307 clientes.

A Enel Brasil, que mantém operações em diversos estados brasileiros, tais como Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Piauí e Rio Grande do Sul, encerrou o ano de 2022 com um lucro de R$ 3,3 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 37% frente ao ano anterior, segundo balanço da empresa.

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Parlamentares criticam a Enel/SP por deixar paulistanos mais de 48 horas no apagão.

Neste domingo (5), moradores da região metropolitana de São Paulo continuam sem energia em suas residências e estabelecimentos de comércio, após as fortes chuvas que atingiram a região na sexta-feira (3).


Absurdo

Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), é “um absurdo” a empresa italiana deixar mais 1,5 milhão de pessoas sem luz. “Os prejuízos são imensos, com eletrodomésticos e alimentos perdidos. Até quando esse descaso? Cadê os arautos da privatização agora?”, questionou o parlamentar.

“São Paulo ainda sofre com a falta de energia elétrica”, também escreveu o deputado federal, Zarattini, em sua rede social. “A Enel, empresa privada, prevê a normalização só na terça-feira! Você aceita mesmo privatizar a Sabesp?”, também indagou.

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“Mais de 24 horas depois das chuvas, diversos bairros ainda estão sem luz”, afirmou o Deputado Federal, Guilherme Boulos (Psol/SP). “O povo de São Paulo não pode ficar à mercê de uma empresa que, além de cobrar tarifas absurdas, não garante o mínimo de qualidade no atendimento”, postou Boulos em seu Twitter.

O deputado Estadual do PT, Luiz Cláudio Marcolino, afirmou que a “Enel prova que a privatização não melhora o serviço público para o povo. Vários locais de São Paulo e do ABC estão há 24h sem energia. Na Alesp integro a CPI que investiga as denúncias da Enel e esse fato será apurado”, declarou Marcolino.

Redação Hora do Povo


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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