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Mauricio Carvalho, sherpa do Brasil no BRICS, e Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil)

Quais as prioridades do Brasil durante a presidência do Brics em 2025?

Multilaterismo e governança global mais representativa são alguns dos pontos defendidos pelo Brasil como bases para a atuação do Brics; confira
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
Rio de Janeiro (RJ)

Tradução:

Nesta quarta-feira (26), durante coletiva ao final do segundo dia da Primeira Reunião de Sherpas do BRICS, Mauricio Lyrio, embaixador e sherpa brasileiro do grupo (atuando como representante de Lula para discussões e acordos), destacou pontos que vêm sendo discutidos na reunião e afirmou que o momento é de “mais multilateralismo”.

De acordo Lyrio, foram discutidas neste segundo dia propostas relacionadas à saúde, mudanças climáticas e economia. Entre as pautas foram debatidas a criação de uma parceria para a erradicação de doenças socialmente determinadas, doenças tropicais e doenças negligenciadas, o que, segundo o sherpa, é uma das “mais altas prioridades da presidência brasileira do BRICS para este ano”.

A proposta visa melhorar as condições de saúde em países em desenvolvimento, destacando a relevância da ação conjunta, a fim de combater problemas de saúde que afetam as populações mais vulneráveis.

Outro ponto de consenso foi o compromisso com as mudanças climáticas, embora Lyrio tenha mencionado que as discussões ainda são embrionárias, sem detalhes concretos sobre planos de ação. Contudo, a convergência de ideias sobre a importância do tema foi destacada como um sinal positivo de alinhamento entre as nações do BRICS.

Outro tema de grande relevância foi a inteligência artificial (IA), com amplo apoio para que o BRICS trabalhe por uma governança global e inclusiva, com a Organização das Nações Unidas (ONU) no centro dessa discussão. Lyrio defendeu que a IA deve ser tratada como um “tema de governança global, mas inclusiva e não dividida e fragmentada“, ressaltando a importância de um esforço coletivo para evitar a fragmentação do setor.

“Queremos uma governança global mais representativa e mais forte”, arrematou Lyrio.

O sherpa também falou sobre um novo modelo de governança do BRICS, que prevê a rotação da presidência dos países-membros de acordo com a ordem alfabética dos nomes em inglês, incluindo os novos membros a partir de 2029. Essa proposta, ainda em estágio embrionário, visa garantir maior inclusão e representatividade entre os participantes do grupo.

Prioridades segundo Lula

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou seis eixos principais para a presidência do Brasil do BRICS, que foram unanimemente aprovados.

1) O Brasil vai promover a reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança;

2) A parte brasileira considera a cooperação em saúde como maior urgência do Sul Global;

3) Os países do BRICS devem contribuir para o aprimoramento do sistema monetário e financeiro internacional;

4) A associação aponta a urgência da crise climática;

5) A presidência brasileira entende a necessidade de enfrentar os desafios éticos, sociais e econômicos da IA;

6) O Brasil vai defender o aumento da institucionalidade do BRICS.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Sputnik Brasil

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