“Rakevet não é apenas uma cela subterrânea, é uma cova viva onde o ser humano palestino é enterrado, longe do sol e da justiça.”
Nos labirintos do silêncio, sob a superfície da terra, pulsa a verdade nas vozes dos torturados na prisão “Rakevet” – um lugar que se assemelha menos a uma prisão e mais a uma tumba viva, onde o detento palestino de Gaza é enterrado em corpo e alma, fora do alcance da justiça e da humanidade.
Uma rara visita realizada por advogados da Comissão de Assuntos dos Prisioneiros e Libertados e do Clube dos Prisioneiros Palestinos a essa ala secreta, situada sob a prisão “Nitzan-Ramla”, revelou um novo capítulo do livro das violações sionistas – só que, desta vez, as páginas eram mais sombrias, mais cruéis e mais profundamente imersas no lodo do fascismo. “Rakevet” não é apenas uma cela subterrânea, mas um sistema de tortura sistemática, onde crimes são cometidos a sangue-frio e executados às escondidas, debaixo da terra, com a cumplicidade do silêncio internacional.
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Os relatos dos prisioneiros são ecos do inferno: interrogatórios sem descanso, corpos exauridos pela fome e pelo frio, doenças que devoram o sistema imunológico dos detentos e humilhações diárias aplicadas como parte de uma estratégia cuidadosamente planejada de degradação. As denúncias de polegares quebrados como punição ou de prisioneiros forçados a insultar suas próprias mães não são condutas isoladas, mas expressão de uma mentalidade ocupacionista que não reconhece o palestino como ser humano.
“Rakevet” é o símbolo mais gritante do que veio após o 7 de outubro de 2023, quando o Estado ocupante sionista revelou sem disfarces sua face colonial e levantou o véu de uma entidade que legaliza a tortura e detém palestinos como “combatentes ilegais”, numa tentativa de excluí-los da proteção jurídica garantida pelo direito internacional.
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Mas mais importante do que tudo isso: esses testemunhos não são apenas documentos jurídicos – são um apelo humano urgente, um grito vindo do subsolo exigindo que o mundo desperte. É um chamado a todos os livres da terra, às organizações de direitos humanos, ao Tribunal Penal Internacional, para que não permaneçam em silêncio. Pois aqui, o silêncio é crime, e a omissão é cumplicidade.
“Rakevet” não é um episódio passageiro. É um ponto de inflexão no conflito palestino-sionista que exige documentação, responsabilização e julgamento de seus perpetradores, além da revelação da verdade – não apenas em nome dos detentos, mas para salvar o que ainda resta dos valores humanos neste mundo.
Edição de Texto: Alexandre Rocha