Neste domingo (1), conforme previsto, o apoio à reeleição de Pedro Sánchez como líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi total. O presidente do governo da Espanha recebeu mais de 90% dos votos dos delegados do Congresso Federal do partido. Em seu discurso de vitória, Sánchez anunciou a criação de uma “grande empresa pública de moradia” para resolver o que se tornou um dos principais problemas deste país, que servirá de catapulta para ganhar as eleições gerais de 2027, para as quais o próprio Sánchez afirmou que se sente “com muita energia” para se candidatar.
O último Congresso Federal do PSOE foi há quatro anos, quando se acordaram uma série de linhas políticas que o exercício do governo impediu de desenvolver, como seu então rechaço a uma lei de anistia, que finalmente foi aprovada no Parlamento, ou suas alianças com os grupos independentistas bascos e catalães, agora pilares para a aprovação de suas políticas públicas.
O encontro de toda a “família socialista” foi em Sevilha, para onde também foram algumas das poucas vozes críticas dentro do partido, como o presidente de Castilla-La Mancha, Emiliano García Page, que enfatizou o plano de financiamento autonômico para evitar que a Catalunha seja beneficiada em virtude dos pactos com os partidos soberanistas. Mas o Congresso Federal serviu para deixar claro que a imensa maioria do partido está com seu líder.
Moradia como quinto pilar
O encerramento do encontro de três dias foi marcado pelo discurso do secretário-geral, Sánchez, que destacou que buscará resolver um problema estrutural: os altos preços da moradia que têm impedido centenas de milhares de pessoas de acessar uma casa, sobretudo jovens, que atrasam sua emancipação dos pais.
“Essa grande empresa pública” servirá, segundo Sánchez, para converter a moradia no quinto pilar do Estado de bem-estar, e desenvolver com mais vigor o Plano de Moradia em Aluguel Acessível, com o objetivo de habilitar 184 mil moradias em regime de aluguel social ou a preços acessíveis.
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Sánchez também mencionou de uma “máquina da lama”, em alusão aos ataques que recebe diariamente da imprensa de direita e que, em sua opinião, propiciou uma série de processos judiciais contra ele, como o que afeta sua esposa, Begoña Gómez — acusada de tráfico de influências e corrupção em negócios — e o de seu irmão, David Sánchez — investigado por fraude fiscal e tráfico de influências.
Além disso, mencionou outro grande processo judicial que envolve seu partido, no qual está implicado o ex-ministro de Fomento, José Luis Ábalos.
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