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Alexander Lukashenko, durante evento na Rússia em outubro de 2024 (Foto: Alexander Shcherbak, TASS)

Reeleito para 7º mandato na Bielorrússia, Lukashenko rebate acusações ocidentais

"Não importa se a União Europeia reconhece essas eleições ou não. O que importa é que os bielorrussos as reconheçam", afirmou Alexander Lukashenko
Redação Russia Today
Russia Today
Moscou

Tradução:

Guilherme Ribeiro

No último domindo (26), o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko venceu as eleições para um sétimo mandato, prolongando seu governo de três décadas na ex-república soviética por mais cinco anos.

Lukashenko obteve 86,82% dos votos, relatou a emissora nacional Belta nas primeiras horas de segunda-feira, citando os números anunciados pelo chefe da Comissão Eleitoral Central, Igor Karpenko. Nenhum dos outros candidatos obteve mais do que 5%.

Os resultados significam que Lukashenko permanecerá no poder até 2030. Primeiro e único líder pós-independência da Bielorrússia, ele governa o país desde 1994, cumprindo seis mandatos consecutivos.

Lukashenko enfrentou uma onda de críticas internacionais após sua última eleição em 2020, com nações ocidentais acusando-o de manipulação de votos, o que ele negou. Naquele ano, protestos generalizados eclodiram após a eleição, e a líder da oposição pró-ocidental Svetlana Tikhanovskaya continua a insistir que ela foi a vencedora legítima, se referindo a si mesma como “presidente eleita” da Bielorrússia ao se engajar com governos ocidentais.

Meios de comunicação ocidentais frequentemente se referem a Lukashenko como ditador. Em novembro, ele reconheceu a existência de uma ditadura na Bielorrússia, chamando-a de um regime de “estabilidade, segurança, ordem, bondade e hospitalidade”. Lukashenko anteriormente enfatizou a necessidade de um processo eleitoral digno, evitando o que descreveu como um “show ao estilo americano” que levou à violência nos EUA no ano passado. Destacou ainda como crucial que a eleição fosse conduzida corretamente para evitar críticas.

Desde 1999, a Bielorrússia tem sido parceira estratégica da Rússia, com os dois países fortalecendo sua aliança desde que o conflito na Ucrânia se intensificou em 2022. No ano passado, Moscou e Minsk finalizaram um tratado de segurança em resposta ao aumento militar dos EUA na Europa. O acordo inclui planos para estacionar na Bielorrússia, até 2025, os novos sistemas do míssil hipersônico russo de médio alcance Oreshnik.

Míssil russo Oreshnik frustra planos da Otan de arrastar Moscou para guerra nuclear

Falando em uma coletiva de imprensa no domingo, Lukashenko disse que os mísseis serão implantados no solo bielorrusso “a qualquer momento”, acrescentando que “um Oreshnik é suficiente para proteger a Bielorrússia.”

Lukashenko: Bielorrússia, e não UE deve reconhecer eleições

“Vamos preservar as coisas mais importantes — a ditadura de ordem, justiça, bondade e respeito pelas pessoas, antes de tudo pelos trabalhadores”, disse Lukashenko durante o concerto final da campanha nacional Maratona da Unidade na última sexta-feira (24).

Meios de comunicação e autoridades ocidentais, incluindo o chanceler alemão Olaf Scholz e o ministro das Relações Exteriores polonês Radoslaw Sikorski, frequentemente se referem a presidente como ditador, citando supostos abusos aos direitos humanos e seu longo mandato.

Lukashenko tem consistentemente defendido sua liderança como necessária para manter a estabilidade e contrapor a influência estrangeira.

No início de janeiro, afirmou que era melhor ter uma “ditadura como na Bielorrússia do que uma democracia como na Ucrânia”, enfatizando a necessidade de que a nação permaneça firme e não vacile.

Ao contrário da Bielorrússia, a Ucrânia experimentou duas revoltas apoiadas pelo Ocidente nas últimas décadas, incluindo o golpe de 2014, que levou à destituição do presidente Viktor Yanukovych. Esses eventos são a raiz da escalada de tensões com a Rússia, contribuindo eventualmente para o conflito de 2022.

Após sua vitória, Lukashenko desconsiderou as críticas das nações ocidentais sobre as eleições. “Não importa se a União Europeia reconhece essas eleições ou não. O que importa é que os bielorrussos as reconheçam”, afirmou.

O presidente também comparou a situação com a recente eleição presidencial nos EUA, perguntando: “Se eu não reconhecesse a eleição de Trump nos EUA, isso mudaria algo lá?”

A última eleição presidencial na Bielorrússia, em 2020, provocou uma onda de protestos, com a oposição alegando fraude generalizada. Minsk negou as alegações, insistindo que os distúrbios foram orquestrados pelos EUA e seus “satélites” europeus, além da vizinha Ucrânia.

Lukashenko aproveitou a ocasião para convidar os bielorrussos que fugiram após os protestos de 2020 a retornar, mas advertiu sobre consequências severas para aqueles que quebraram a lei. “A lei é severa, mas é a lei”, disse.

* Traduzido com apoio de IA.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Russia Today

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