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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Foto: Presidência da Colômbia / Flickr)

Reforma agrária na Colômbia é 30x maior com Gustavo Petro, aponta Leonardo Severo

Segundo o jornalista, que esteve recentemente na Colômbia, Gustavo Petro já distribuiu 1 milhão de hectares aos colombianos
George Ricardo Guariento
Diálogos do Sul Global
Taboão da Serra

Tradução:

“Se pudéssemos marcar uma data em que a Colômbia se fudeu, seria 1972”, disparou o jornalista Leonardo Wexell Severo em entrevista ao Dialogando com Paulo Cannabrava em 27 de fevereiro. Segundo o comunicador, o ano serve para resumir a história da concentração fundiária na Colômbia e a resistência dos setores conservadores à reforma agrária.

Redator especial do jornal Hora do Povo e membro da Comunicasul, Severo compartilhou suas impressões sobre o evento Pacto pela Terra e pela Vida, realizado na Colômbia. O encontro teve como objetivo impulsionar a reforma agrária, uma das principais bandeiras de Gustavo Petro, e foi encerrado em 22 de fevereiro com a assinatura de um acordo entre o governo e lideranças da pauta.

Severo é contundente ao criticar a condução de Petro na luta histórica pela reforma agrária, e denuncia o pacto dos grandes proprietários para expulsar camponeses de suas terras, um movimento que, segundo o jornalista, intensificou a exploração da mão de obra rural e aprofundou a informalidade, que hoje afeta 85% dos trabalhadores do campo.

“Pacto pela Terra e pela Vida”: Colômbia assina acordo histórico em prol da reforma agrária

“Os três governos anteriores distribuíram apenas 30 mil hectares, enquanto o governo Petro já passou de um milhão”, afirmou o comunicador ao comparar os atuais avanços na redistribuição de terras aos números das gestões anteriores. A mudança, enfatiza, tem impactos positivos diretos na redução da violência no campo e no barateamento dos alimentos nas cidades.

Outro ponto abordado por Severo foi a relação do governo colombiano com o Congresso e a elite econômica do país. “O problema não é só no legislativo. O judiciário também está completamente aparelhado pela oligarquia”, afirma, explicando que muitas das iniciativas progressistas do governo são barradas pela Corte Constitucional. “A reforma agrária não é apenas sobre terra, mas sobre justiça social, segurança alimentar e soberania nacional”, acrescenta.

Sobre a política de paz total defendida por Petro, Severo destaca os desafios da negociação com grupos armados e a influência do narcotráfico e das transnacionais no conflito: “Infelizmente, parte da guerrilha que lutava pela soberania do povo colombiano acabou se voltando para interesses menores e, muitas vezes, faz o jogo do latifúndio e das mineradoras”, critica.

Nesse sentido, o jornalista enfatiza a importância da mobilização popular para consolidar as reformas propostas pelo governo colombiano. “Sem um movimento de massa forte nas ruas, será impossível romper com esse modelo que há séculos sangra a Colômbia”, conclui.

Confira entrevista completa no canal da TV Diálogos do Sul Global, no YouTube:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

George Ricardo Guariento Graduado em jornalismo com especialização em locução radiofônica e experiência na gestão de redes sociais para a revista Diálogos do Sul. Apresentador do Podcast Conexão Geek, apaixonado por contar histórias e conectar com o público através do mundo da cultura pop e tecnologia.

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