Foi, de qualquer ponto de vista, um momento impactante. Um presidente estadunidense que essencialmente propõe gentrificar a Faixa de Gaza, sugerindo que os habitantes de Gaza, se resistirem, serão forçados a abandonar sua pátria histórica pelas Forças Armadas dos Estados Unidos. “Estão vivendo no inferno”, disse Trump, sentado ao lado do homem que ordenou bombardear esse inferno, o primeiro-ministro israelense Benjamín Netanyahu.
Trump disse que essas terras costeiras poderiam se transformar em uma espécie de Riviera encantadora. “Seria lindo”, afirmou. Netanyahu sorriu com alegria diante de cada palavra, e enquanto Trump talvez visse sua proposta como um grande negócio imobiliário, Netanyahu a via como a realização do sonho sionista.
Os palestinos, por sua vez, enxergam isso como seu pior pesadelo, pois há quase um século convivem com a traição política desde a fundação de Israel em 1948. Durante mais de 70 anos, viveram sob uma ocupação que a ONU qualificou como ilegal, mas isso nunca significou nada.
Amid rain and huge destruction, displaced Palestinians in #Gaza try to return whatever is left of their homes.
Many are making their way through rubble on foot or on crowded donkey carts.
Even as humanitarian aid enters Gaza, the needs on the ground remain immense, commercial… pic.twitter.com/Pe5rICRv6c
— UNRWA (@UNRWA) January 27, 2025
Agora, os Estados Unidos exortam a expulsar ilegalmente milhões de palestinos de sua própria pátria. É essa a gentrificação de Gaza? Provavelmente não. Mas quem pode realmente responder? Quem, de fato? Só nos resta esperar que os palestinos tenham a última palavra.
Com amor, sem medo, sou Mumia Abu-Jamal.
Gaza: cultura de sobrevivência e construção desafiam agressão e “deslocamento”