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Eu e José Luís del Roio — uma  história para ser contada

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

De Militante no movimento estudantil e dirigente dos comunistas revolucionários em São Paulo a senador na Itália e membro do Parlamento Europeu, tendo realizado incrível trajetória por países de América Latina até se tornar o que é: um cidadão do mundo de imensa cultura e generosidade, com os pés e o coração no Brasil, onde continua batalhando nas trincheiras possíveis pela libertação nacional ainda não alcançada.

Paulo Cannabrava Filho*

José Luís del Roio, arqueólogo, aprendeu na USP, a pré-história e as antigas civilizações em torno do Mediterrâneo e da Mesopotâmia, chegou ao Peru e descobriu que aqui, na Nossa América, havia uma pré-história e civilizações tão ou mais significativas que aquelas que deram origem à chamada Civilização Ocidental e Cristã.

Uma cultura ancestral nossa, que resistiu e resiste à destruição praticada pelo colonialismo, pelas oligarquias predadoras e genocidas e, pelo imperialismo a executar um processo de recolonização, impondo um pensamento único às fontes geradoras de conhecimento e a alienação midiática para manter inerte as grandes massas.

 

Resgate do 9 de julho como dia da luta operária

Foto: Bia Cannabrava

Foi linda, emotiva e merecida a homenagem que prestaram a José Luís del Roio no dia 9 de julho de 2018, para agraciá-lo com a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo.

A solenidade foi realizada em um antigo prédio do que foi uma tecelagem das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, na rua Bucolismo, 81, no Brás, agora transformado em local para realização de eventos. Duplamente simbólico, posto que tradicionalmente essa homenagem é entregue em solenidade realizada no Salão Nobre do Palácio Anchieta.

Nada mais justo para um evento que simbolizou a recuperação do dia 9 de julho como uma data referente às lutas operárias em contraposição ao 9 de julho comemorado pela oligarquia como início de uma contrarrevolução com objetivo de retomar o poder perdido com a Revolução de 1930.

Nesse bairro, que no início do processo de industrialização de São Paulo concentrava já grande diversidade de indústrias, realizou-se em 1917 a primeira greve geral operária, com grande participação e liderança de tecelãs. No auge da repressão, no dia 9 de julho a polícia matou a tiros o jovem de 21 anos, operário de uma fábrica de sapatos e anarco-sindicalista, José Martinez. A indignação levou os trabalhadores a ocuparem as ruas e a greve, antes localizada, generalizou-se.

Essa história está narrada por José Luís del Roio no livro A Greve de 1917 — Os trabalhadores entram em cena (Editora Alameda, 2017, R$ 34,90), inspiração do projeto de lei 16.634/17, do vereador Antonio Donato (PT), que institui o 9 de Julho como Dia de Luta Operária, em contraposição ao 9 de Julho do golpismo paulista.

Del Roio agradece a homenagem e lembra de outros militantes que contribuíram com o movimento operário brasileiro. Foto: Divulgação Gabinete Antonio Donato

Para a solenidade, o público lotou o enorme espaço da fábrica. Na mesa, presidida pelo vereador Antonio Donato, ladeado por Paulo Sérgio Pinheiro, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e dirigentes de centrais sindicais e de partidos políticos. O mestre de cerimônia foi o deputado Federal Carlos Zarattini, filho do combatente Ricardo Zarattini.

O belo evento despertou em mim reminiscências da nossa trajetória mútua por este nosso continente, movidos por uma profunda solidariedade internacionalista.

 

Nascimento da ALN

 

Tudo começou com o golpe de 1o de Abril de 1964. Depois dele, os comunistas de São Paulo se insurgiram contra posições conservadoras do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (CC do PCB), conflito este que, em 1967, gerou a formação do Agrupamento Comunista de São Paulo (ACSP) que, apesar de localizado na capital paulista, teve logo adesão de dirigentes da maioria dos estados brasileiros.

Paulo Cannabrava e o 9 de julho. Foto: Bia Cannabrava

O manifesto lançado pelo ACSP tem grande valor histórico porque chama a população e as organizações sociais a resistirem à ditadura por todos os meios ao alcance e traça uma estratégia de luta a médio e longo prazo, iniciando com vários focos guerrilheiros até formar um poderoso Exército de Libertação Nacional. Então, com apoio das amplas massas urbanas e rurais, seria tomado o poder e seria iniciado um projeto socialista.

O documento reitera que o caminho para a revolução é pela via armada e afirma:

A guerrilha não é um foco.

Pensamos a guerrilha como embrião dos Exércitos de Libertação e como método mais eficaz para iniciar e desenvolver a luta revolucionária da maioria dos países latino-americanos. Não se trata, portanto, de desencadear a guerrilha como um foco, como querem insinuar nossos inimigos, acusando-nos daquilo que não pretendemos fazer.

(…)

Para nós, a guerrilha não terá condições de vitória se não como parte de um plano estratégico e muito séria e não pode ser vista com leviandade. Tal preparação exige adestramento do combatente, a coleta de armas, a escolha de terreno, a fixação da estratégia e da tática a seguir, e, por fim, o estabelecimento do apoio logístico.

Esse documento, redigido pelo advogado Cícero Viana , dirigente do Comitê Municipal, (a pedido de Carlos Marighella [1911-1969]), membro do CC do PCB, recolhe posições da Conferência Tricontinental de 1966 e da Organização Latino-Americana de Solidariedade (Olas), mas, principalmente, materiais das várias teses aprovadas no Congresso Estadual de São Paulo do PCB. Em síntese, entendia que a luta a ser travada era de libertação nacional, para a qual era necessária a formação de uma grande frente revolucionária. Com essas teses pretendiam enfrentar a posição do Comitê Central e derrotá-la no 6º Congresso. Prestes manobrou e os opositores simplesmente não foram informados da realização do congresso.

Esse documento foi aprovado pelo agrupamento, em reunião na minha casa, em fevereiro 1968, e logo divulgado e planfletado. Em março, foi levado por mim a Havana. Em abril, depois de muita discussão, o Agrupamento se auto-batizou como Ação Libertadora Nacional – ALN.

José Luís del Roio aderiu no ato, pois participava da discussão das teses. Ele  era dirigente do Comitê Estadual de São Paulo e coordenava a mobilização do movimento estudantil onde já se firmava uma Dissidência Estudantil não satisfeita com a linha do Comitê Central do PCB. Há que acrescentar que dissidências como essa foram formadas em várias cidades, com destaque para Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

Era uma visão estratégica da luta revolucionária que, na realidade, vinha sendo desenvolvida desde a década de 1950, com a formação de sindicatos agrícolas, comissões de fábrica, cursos teóricos, cursos práticos sobre armamentos das forças armadas, sobre autodefesa das manifestações de massa, publicação de jornais, ação cultural urbana e rural, como Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (CPC da UNE), grupos musicais e de teatro.

Quando, em agosto de 1969, Marighella revela publicamente a existência da Ação Libertadora Nacional (ALN), ela é, sem dúvida, a maior organização revolucionária da história, com uma estrutura de comitês e células e núcleos espalhados do Oiapoque ao Chuí.

O anúncio foi feito numa ousada ação, em que um grupo de combatentes ocupou os transmissores da Rádio Nacional Paulista, da Rede Globo, e colocou no ar uma gravação com discurso do Marighella. Ele enumera algumas ações praticadas, se responsabiliza por elas, esclarece que a luta é contra a ditadura e o imperialismo para realizar as reformas que o povo requer. E ele, imediatamente, foi declarado “inimigo público número um” pela ditadura militar. O resto dessa história está nos livros e nos jornais. A derrota aconteceu antes do término da fase de preparação da estratégia.

 

A resistência organizada no exterior

 

O Ato Institucional Nº 5 (AI-5), de dezembro de 1968, provocou uma diáspora de intelectuais, sindicalistas, militantes, que foi engrossar aquela provocada pelo AI-1, de abril de1964,  que fechou o Congresso, expurgou os sindicatos, organizações sociais, partidos políticos e universidades de todo e qualquer elemento, simples opositor ou desafeto do regime. Todos aqueles que apoiavam o projeto de reformas de base iniciado pela presidência (1961-1964) de João Goulart [1918-1976].

Essa dispersão de quadros que formavam a resistência à ditadura e a luta pelo retorno à legalidade exigia organização, amparo material, ideológico, médico e até psicológico. Nessa tarefa também se distinguiu José Luís del Roio.

No Chile, no Peru e na Itália, até onde eu sei. No Peru e na Itália, sei porque eu também estava; no Chile, porque era um ponto de encontro muito importante para todas as organizações, revolucionárias ou não, até o fatídico golpe de 11 de Setembro de 1973, que deu início a uma das mais sangrentas ditaduras genocidas e a serviço dos interesses dos EUA.

 

Brasileiros no Chile

 

No Chile, José Luís del Roio, Ricardo Zarattini [1935-2017], Rolando Fratti [1919-1991] e Takao Amano me convenceram a integrar um movimento de autocrítica de militantes da ALN. Daí saiu o belo documento Autocrítica Necessária. Em resumo muito resumido: com a constatação de ter perdido a guerra e sem abdicar dos princípios revolucionários, a Tendência Leninista da ALN propunha a retomada da linha de massa.

No Chile presidido pelo médico socialista Salvador Allende [1908-197], eleito pela frente Unidade Popular (UP), houve uma grande concentração de refugiados políticos da Argentina, Bolívia, Uruguai e, o maior contingente do Brasil, com mais de 5 mil homens e mulheres das várias organizações que se opunham à ditadura.

Os brasileiros tiveram a iniciativa de criar um restaurante solidário onde quem não tinha recursos comia de graça, quem tinha pouco, pagava um preço módico, bem razoável e, quem tinha dinheiro, contribuía com o que podia para uma caixinha que sustentava a organização.

Deu-se o golpe fascista. Mais que fascistas, eram verdadeiros facínoras que saíam em hordas matando quem se descuidasse. Lotados os cárceres, lotaram também o Estádio Nacional e depois puseram os desafetos, que sobreviveram ou não conseguiram fugir, em campos de concentração vizinhos ao Polo Sul, ou em áridos desertos do Norte. A maioria dos que escaparam foi através das embaixadas em que se refugiaram. Destaque aqui para a embaixada do Panamá, que recebeu milhares de brasileiros.

 

A solidariedade peruana e panamenha

 

Muitos bolivianos, argentinos, uruguaios, brasileiros e, claro, chilenos também tiveram que passar pelo Peru e Panamá antes de irem para outro destino, seja por conta própria ou levados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Complicado, porque o Acnur fazia os contatos para ver que país se dispunha a receber refugiados. Disseram pra muitos: “olha, Suécia e Bélgica estão dispostas a recebê-los com segurança”, mas era complicado ir para países que falam idiomas raros, como o sueco ou o flamengo. Quem tinha meios, foi para França ou a Itália.

A embaixada panamenha em Santiago do Chile teve uma das maiores afluência de refugiados, quase todos brasileiros. Mais que um transtorno, foi um grave problema sanitário, pois não havia infraestrutura pra tanta gente. Theotônio dos Santos [1936-2018], economista brasileiro que trabalhava em um organismo internacional e assessorava o governo da UP, cedeu sua casa para que nela se colocasse a bandeira panamenha e abrigasse com menos desconforto os refugiados. Teve que sair do Brasil depois do golpe de 1964 pórque era professor na Universidade de Brasília e militava numa organização revolucionária.

Na etapa seguinte, os refugiados foram recebidos pelo general Omar Torrijos Herrera (1929-1981), líder máximo da Revolução Panamenha, [1968-1981] em sua própria casa. Explicou que o Panamá, desde 1968 estava travando uma luta de libertação nacional para liquidar o enclave colonial dos Estados Unidos que dividia em dois o território panamenho, não tinha condições de abrigá-los com segurança e menos ainda oferecer emprego. No entanto, ofereceu tudo o que foi necessário para que, confortavelmente, esperassem o embarque para novos destinos pela Acnur.

No Peru, eu cheguei em 1972, fugindo da Bolívia, após o golpe fascista comandado pelo general Banzer, que derrubou o governo revolucionário (1970-1971) de Juan José Torres [1920-1976], com o qual eu colaborava, além de ser correspondente da France Press. Nesse episódio, soldados protegidos por tanques ocuparam a praça em frente à Universidade, enquanto caças meteor disparavam mísseis contra o edifício. Eu e John de Onnis, do New York Times, estávamos na praça e os soldados dispararam contra nós. Escapamos… mas correu no mundo a notícia de que dispararam contra o correspondente da France Press. Outras notícias diziam que eu tentara escapar da Bolívia e me mataram na fronteira com o Peru… Diante dessas notícias, a comunidade de refugiados brasileiros em Paris pediu para del Roio fazer meu necrológio. E ele fez.

Em solo peruano, fui trabalhar numa organização que editava dois jornais diários: o matutino Expreso e o vespertino Extra, além do encarte de uma revista dominical. A empresa propriedade de um grupo financeiro ligado à Deltec International, das Bahamas, que fora ocupada pelos trabalhadores e era dirigido por uma cooperativa formada por pessoas da redação, da gráfica e da administração.

Logo, com ajuda do pessoal da cooperativa, começamos a organizar e mobilizar em torno do Comitê de Solidariedade com o povo do Brasil. Del Roio passou um bom tempo comigo em Lima trabalhando nessa tarefa. Nossa casa em Lima, (Bia Cannabrava, dois filhos e eu) era conhecida como a Embaixada do Povo Brasileiro. Não há brasileiro que tenha passado pelo Peru sem ter pegado um visto nessa “embaixada”. Zé Luís (na intimidade), além do trabalho político, teve tempo para ensinar meus filhos a jogar xadrez.

 

Apoio da Revolução Peruana

 

Esse Comitê impressionava, porque presidido por um dos intelectuais de maior prestígio na época, filósofo e educador Augusto Salazar Bondi [1925-1974], vice-ministro da Educação, tinha o apoio das centrais operárias, centros culturais, organizações sociais e profissionais médicos, advogados, psicólogos, gente disposta a hospedar e se responsabilizar pelos refugiados. Com os facínoras no poder no Chile, toda essa organização ficou à disposição dos refugiados latino-americanos que chegavam do Chile e realizou muito trabalho.

Toda essa solidariedade foi possível porque o Peru vivia um processo revolucionário iniciado em outubro de 1968, feito por um grupo de coronéis liderados pelo general Juan Velasco Alvarado [1910-1977]. Revolução sim, porque

  • Livrou o Peru da presença da CIA e outros instrumentos de dominação estrangeira;
  • Transformou os latifúndios em cooperativas agrícolas;
  • Criou comunidades de produção industrial;
  • Nacionalizou os bancos, o petróleo e as exportações;
  • Criou um sistema de mobilização social atrelado a um projeto de desenvolvimento autossustentável e a uma estratégia de educação e comunicação;
  • Democratizou os meios de comunicação entregando-os às organizações de trabalhadores;
  • Realizou uma política exterior independente no bloco dos países não alinhados. Estabeleceu relações com os países socialistas e apoiou os movimentos de libertação da África e Ásia.

 

A mobilização na Itália – Tribunal Russell

 

Del Roio e eu já tínhamos uma certa experiência nesse tipo de mobilização. Em meados de 1969, quando com a família chegamos a Roma, com intenção de voltar pro Brasil, eu fui logo para Milão onde a editora Jaca Book lançaria meu livro: Militarismo e imperialismo no Brasil. Um trabalho jornalístico com muitos dados com a intenção de justificar a resistência armada contra a ditadura, posteriormente lançado em língua espanhola pela Editorial Tiempo Contemporáneo, de Buenos Aires.

Na Itália, o livro provocou quase que um escândalo midiático: “estão vendendo um país aos pedaços”, titulavam jornais e revistas e programas de rádio; o autor levado a dar palestras em universidades e sindicatos e, principalmente, nos comitês do Partido Comunista Italiano (PCI). Até comício em bairros e cidadezinhas próxima a Roma fizeram os militantes de base do PCI, contrariando setores da direção que alegavam que a ALN era pró-chinesa.

Eu saí para outras tarefas, del Roio assumiu o comando. Articulador e sedutor como só ele, foi envolvendo o Parlamento, personalidades do mundo das artes, a sociedade. Del Roio conseguiu envolver o senador Lélio Basso [1903-1979], que junto com outras personalidades europeias convocaram o Tribunal Bertrand Russell para julgar os crimes da ditadura no Brasil.

Esse tribunal internacional foi organizado pelo filósofo inglês Bertrand Russell [1872-1970], com apoio do também filósofo Jean-Paul Sartre [1905-1980], Lélio Basso [1903- 1978], escritor argentino Julio Cortázar [1914-1984], escritor colombiano Gabriel García Márquez [1927-2014], teólogo francês George Casalis [1917-1987], entre outros, para julgar crimes de guerra. O Tribunal Russell I, teve duas sessões, a primeira em novembro de 1966, em Estocolmo, Suécia, e a segunda em Roskilde, Dinamarca, e condenou os crimes cometidos pelos Estados Unidos contra o povo vietnamita. O resultado foi publicado em livro.

O Tribunal Russell II, também denominado Tribunal Internacional de Crimes de Guerra, com representantes de 18 países, reuniu-se em Roma, em 1973, para analisar as denúncias de violações dos direitos humanos no Brasil e Argentina, no ano seguinte para analisar a situação no Chile pós golpe dos facínoras comandados pelo general Augusto Pinochet Ugarte [1915-2006].

 

A militância organizada dos refugiados brasileiros

 

Isso foi possível porque em cada país em que havia um grupo de refugiados ou asilados brasileiros, com ajuda de amigos e apoiadores e dos que ficaram na pátria recebiam muita informação, sistematizavam e publicavam boletins periódicos dando conta da conjuntura e denunciando as violações de direitos humanos. Há bons trabalhos focados nessas publicações.

As manifestações de solidariedade e de condenação, aos crimes contra os direitos humanos chegaram a tal dimensão, que a ditadura brasileira não só reclamou como ameaçou grotescamente o governo italiano, caso não cessassem as hostilidades. Mas não parou não.

Del Roio permaneceu na Itália. Em 1977, casou-se com Teresa Isenburg, professora e ativista ítalo-suíça, tiveram a filha Lavínia, naturalizou-se e como cidadão italiano, sem nunca abdicar da brasileira, abriu outras trincheiras de luta.

Conseguiu juntar em Milão acervos documentais de dirigentes comunistas envolvidos nos movimentos operários e sindicais, desde o início do século 20, contendo o acervo do líder sindical Roberto Morena [1906,1978] inclusive o acervo e biblioteca de Astrojildo Pereira [1890-1965] formando o Arquivo das Lutas Operárias. Tudo isso enriquece o acervo do Cedem da Unesp, cuja existência também se deve a seus esforços, a disposição para consulta pública, presencial e/ou virtual.

Como se não bastasse, foi eleito senador (2006-2009) pela Refundação Comunista, da Lombardia, fez o que tinha que fazer. Foi também membro da Assembleia Parlamentar da União Europeia (UE) em Estrasburgo, e deputado da União Europeia Ocidental em Paris.

Junto com economista egípcio Samir Amin e o sociólogo belga François Houtart [1925-2017] trabalharam no Fórum de Alternativas trabalho que culminou com a fundação do Fórum Social Mundial, do qual ainda integra o Conselho Internacional.

*Paulo Cannabrava Filho é editor da Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
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