É muito recente o assassinato de Moïse Kabagambe; mais um migrante que saiu de seu país, o Congo, em busca de paz e trabalho para sobreviver com dignidade; mais um migrante que acreditou na vida democrática no Brasil; mais um migrante que acreditava que no Brasil não há racismo, excludente.
Um jovem trabalhador que tinha direito a receber as diárias pelo seu trabalho, mas que foi tratado como um bandido a ser banido. Assim é, que os responsáveis pelo assassinato afirmaram que tinham a intenção de aplicar um “corretivo” no jovem negro. Daí foi um passo para o linchamento em uma região da cidade que é reconhecida como de controle das milícias.
Esse crime não aconteceu em um bairro popular ou favela do Rio de Janeiro, mas em frente ao quiosque onde Moïse trabalhou, na Barra da Tijuca. Estudos de sociólogos informam que no Brasil há pelo menos um linchamento por dia podendo chegar até três.
Tristes sonhos daqueles que buscam trabalho e melhores condições de vida, o que não se configura em realidade deste país.
As pesquisas do sociólogo José de Souza Martins analisando casos de linchamento, constataram que 2579 pessoas foram vítimas desse tipo de crime; muitas foram salvas pela polícia, mas nem todas tiveram a mesma sorte. Desse total, 1221 vítimas foram agredidas fisicamente, sendo feridas ou mortas por ataques brutais.
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